Brasil tem que aumentar taxa de poupança, diz ministro da Previdência
O Brasil tem que elevar sua taxa de poupança, afirmou o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, acrescentando que a cultura da poupança, educação previdenciária e preocupação com o futuro deve ser fomentada em vista do envelhecimento da população.
Em palestra de educação financeira em Brasília nesta segunda-feira (9), Gabas afirmou que "não aceita" a taxa de poupança atual de cerca de 13% do PIB (Produto Interno Bruto), e que ela deve ser ampliada.
"A sociedade de consumo gera emprego, gera renda, mas poupar também é bom, pensar no futuro também é bom e a gente faz muito pouco isso", afirmou ao público, completando que a necessidade de guardar recursos independe do atual ajuste fiscal pelo qual passa o país.
Educação financeira
Apesar do aumento da expectativa de vida da população, o ministro apontou que a "sociedade brasileira ainda tem como premissa que deve se aposentar aos 50 anos" e que as pessoas, por falta de informação, "acabam tomando medidas que são prejudiciais a elas próprias".
Em função desse cenário, Gabas afirmou que é dever do governo federal fomentar a educação financeira e inseri-la nas escolas, levando conhecimento sobre poupança e também sobre empréstimo.
A respeito desse assunto, o ministro lembrou que o governo criou a ferramenta de empréstimo consignado no fim da última década e que atuou no sentido de diminuir os juros cobrados nessa modalidade.
"Bancos operavam a uma taxa de consignado de 5%, 5,5%, 6%. Nós entramos com regulamentação e hoje [a taxa] está em 2,14% e eu acho que ainda está alta", afirmou.
Ajuste fiscal
Presente no evento, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que também na vida nacional eram importantes os conceitos de educação financeira, o entendimento das decisões entre presente e futuro e as priorizações dos recursos para a educação e para as novas gerações.
"Os paralelos são evidentes e as consequências também", afirmou Levy, em referência ao ajuste fiscal que vem sendo tocado pela equipe econômica do governo da presidente Dilma Rousseff com o objetivo de reequilibrar as contas públicas, incluindo restrições orçamentárias para todas as pastas, além de redução de desonerações tributárias e de subsídios para empresas.
(Por Marcela Ayres; Edição de Flavia Bohone)
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