Itaú Unibanco tem queda de 9% no lucro recorrente do 2º tri, propõe bonificação
SÃO PAULO, 2 Ago (Reuters) - O Itaú Unibanco (ITUB4) encerrou o segundo trimestre com queda de cerca de 9% no lucro líquido recorrente sobre o mesmo período do ano passado, para R$ 5,575 bilhões, e anunciou proposta de pagamento de bonificação aos acionistas a ser feito via aumento de capital de R$ 12 bilhões.
O banco ainda cortou projeções de desempenho para este ano. A estimativa para o crescimento da carteira de crédito total foi reduzida para o intervalo de queda de 10,5% a 5,5% ante projeção anterior de recuo de 0,5% a crescimento de 4,5%.
O corte ocorreu na sequência de ação semelhante tomada pelo rival Bradesco (BBDC4) que reduziu sua expectativa para o desempenho da carteira para a faixa de queda de 4% a estabilidade sobre 2015.
Ao final do primeiro semestre, a carteira de crédito total, com avais, fianças e títulos privados do Itaú Unibanco encolheu 5,4%, a R$ 608,6 bilhões.
Além do corte da projeção de financiamentos neste ano, o Itaú Unibanco reduziu a expectativa para o crescimento das receitas com serviços e resultado de seguros, que caiu para 4% a 7% ante estimativa de alta de 6% a 9%.
No segundo trimestre, as receitas com prestação de serviços somaram R$ 7,816 bilhões, uma expansão de 10% sobre o mesmo período do ano passado e crescimento de 6,6% sobre os três primeiros meses de 2016.
O Itaú Unibanco também reviu a projeção de margem financeira com clientes para a faixa de 2,5% negativos a 0,5% ante estimativa inicial para este ano de 2% a 5%.
Enquanto isso, a expectativa de despesa líquida com provisões para perdas empréstimos neste ano avançou, passando ao intervalo de R$ 23 bilhões a R$ 26 bilhões ante intervalo previsto anteriormente de R$ 22 bilhões a R$ 25 bilhões.
O maior banco privado do país afirmou que a provisão líquida do segundo trimestre foi R$ 5,365 bilhões, uma queda de 23% sobre o período de janeiro a março deste ano, mas uma alta de 16,5 por cento sobre o resultado do segundo trimestre de 2015.
O corte na provisão sobre o primeiro trimestre deste ano, veio apesar de ligeiro aumento na inadimplência total acima de 90 dias, que passou de 3,5% para 3,6% entre abril e junho. Um ano antes, o índice estava em 3%.
Considerando apenas as operações do Itaú Unibanco no Brasil, a inadimplência passou de 4,4% no primeiro trimestre para 4,5% nos três meses encerrados em junho. No final do primeiro semestre do ano passado, a taxa de calotes era de 3,6%.
O Itaú Unibanco informou ainda que a rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio, que mede como o Itaú Unibanco remunera seus acionistas, foi de 20,6% no segundo trimestre, alta de 1 ponto percentual na medição sequencial, mas queda de e de 4,2 pontos sobre um ano antes.
Bonificação
Segundo o Itaú Unibanco, a bonificação aprovada pelo Conselho de Administração na véspera, que será submetida à assembleia de acionistas, servirá para "aumentar a liquidez das ações em decorrência do ajuste do valor de sua cotação no mercado".
A proposta envolve um aumento de capital de R$ 12 bilhões por meio da emissão de 598,4 milhões de ações, das quais 304,7 milhões serão papéis ordinários e 293,7 milhões preferenciais.
A distribuição será feita à razão de 1 nova ação para cada 10 detidas pelos investidores. As ações em tesouraria do banco também serão bonificadas, segundo a proposta. O Itaú Unibanco informou ainda que os dividendos mensais serão mantidos em R$ 0,015 por ação.
(Por Alberto Alerigi Jr., edição Flavia Bohone)
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