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BNDES confirma devolução de R$50 bi à União este ano e negocia outros R$130 bi em 2018

21/09/2017 13h54

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O diretor da área financeira do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Carlos Thadeu de Freitas, confirmou nesta quinta-feira que o banco vai devolver antecipadamente à União 50 bilhões de reais neste ano.

A devolução chamada por ele de "resgate antecipado" será feita em 2 parcelas : uma de 33 bilhões de reais na semana que vem e outra de 17 bilhões de reais outubro.

A devolução foi antecipada pela Reuters na quarta-feira.

"O resgate antecipado está confirmado", disse ele a jornalistas após participar de evento no Rio de Janeiro.

O diretor disse que a demanda do governo federal para que o banco devolva 130 bilhões de reais aos cofres públicos em 2018 ainda está sendo negociada.

Thadeu de Freitas ressaltou que para o ano de 2018, caso a demanda por recursos do BNDES volte a crescer, o banco precisará de recursos em caixa para atender a esses pedidos.

"Como temos possibilidade de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) maior, os desembolsos vão aumentar... a negociação de 130 bilhões de reais continua. Vamos colaborar, mas o BNDES tem que ter capacidade de emprestar", disse.

Ele disse que o BNDES poderá buscar financiamento externo junto ao banco dos Brics, ao China Development Bank e ao alemão KfW para levantar recursos para fazer frente à demanda por crédito e devolver os recursos para a União.

Ele descartou, contudo, a possibilidade de o banco vender parte da carteira do BNDESPar para ressarcir governo. "No curto prazo não cogitamos isso", disse.

VENEZUELA

Carlos Thadeu Freitas minimizou ainda o risco de um eventual calote do governo da Venezuela possa prejudicar as finanças do banco, já que os financiamentos de obras no país vizinho foram concedidos com garantidas.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira, o Brasil está tentando evitar que a Venezuela dê calote de 15 bilhões de reais em fornecedores brasileiros. A maior parte desta dívida é de obras feitas pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, com financiamento do BNDES, segundo o jornal.

"O banco só opera na área externa com fundo garantidor de crédito e tem garantias que a gente pega também. O banco não tem nenhum risco nesses calotes ou eventuais calotes internacionais" disse.

(Por Rodrigo Viga Gaier)