Petrobras adia hibernação de fábricas de fertilizantes após pressão política
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras adiou em 120 dias o prazo para iniciar a hibernação de fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia, o que anteriormente estava previsto para ocorrer até o fim do primeiro semestre, informou a companhia nesta terça-feira, após forte pressão dos Estados, que temem impactos nas economias locais.
A decisão pela hibernação das unidades, que consiste na parada de produção, com a adoção de medidas de conservação dos equipamentos, foi anunciada em 20 de março, como parte da estratégia da petroleira estatal de deixar o setor de fertilizantes.
O adiamento do processo, segundo a petroleira estatal informou em nota, foi anunciado durante audiência realizada nesta terça-feira na Câmara dos Deputados em Brasília, pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, e pelo diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino.
"A proposta é que sejam criadas comissões estaduais com representantes dos governos de Sergipe e Bahia, das federações das indústrias dos dois Estados e da Petrobras para avaliar alternativas para as fábricas", disse a empresa na nota.
Em 2017, segundo a Petrobras, ambas as unidades apresentaram resultados negativos-- a Fafen, na Bahia, teve prejuízo de cerca de 200 milhões de reais, enquanto a Fafen, no Sergipe, teve perdas de aproximadamente 600 milhões de reais.
"Estamos dispostos a conversar. Vamos negociar e queremos começar imediatamente. Gostaria muito de encontrar uma saída que atendesse a essa questão sem subsídios. É importante que os Estados engajem nessa discussão porque não vamos fazer com subsídios", disse Parente sobre a decisão de adiar a hibernação.
A fala de Parente fez referência à questão do preço do gás natural que é matéria-prima para as fábricas.
A decisão de hibernar as fábricas de fertilizantes, segundo a Petrobras, é parte do esforço da empresa para focar os investimentos em ativos que tenham menor risco e tragam mais retorno para a companhia.
A audiência desta terça-feira, de acordo com a Petrobras, contou com a presença do governador de Sergipe, Jackson Barreto, do vice-governador da Bahia, João Leão, do líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura, e do deputado José Carlos Aleluia.
(Por Marta Nogueira)
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