Bovespa mostra fraqueza com mercado externo misto; política e balanços seguem no radar
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista mostrava fraqueza na manhã desta segunda-feira, tendo como pano de fundo um quadro misto no mercado internacional, com agentes financeiros ainda atentos à cena eleitoral brasileira e na expectativa de novos resultados corporativos.
Às 10:57, o Ibovespa caía 0,31 por cento, a 78.327,28 pontos. O volume financeiro era de 1,22 bilhão de reais.
Na sexta-feira, o principal índice de ações da B3 subiu 1,4 por cento, conforme articulações no cenário político para as eleições presidenciais de outubro e o noticiário corporativo encorajaram o apetite por risco.
Na visão da equipe da corretora Mirae, conforme nota a clientes, o final de semana teve notícias sobre o empenho dos partidos para garantir o maior tempo de TV para os candidatos durante a campanha eleitoral, mas o que se viu "foi muito barulho e definições ainda não claras para os eleitores".
Entre os candidatos confirmados nas convenções de seus partidos no fim de semana, está o deputado Jair Bolsonaro, do PSL.
Do cenário externo, notas de corretoras davam destaque a declarações de alguns líderes globais sobre um impacto relevante do protecionismo no crescimento mundial.
Em Wall Street, o S&P 500 tinha variação negativa de 0,15 por cento, enquanto na Europa o FTSEurofirst 300 cedia 0,11 por cento. No segmento de commodities, o petróleo Brent tinha elevação de 0,74 por cento.
DESTAQUES
- CCR avançava 2,4 por cento, ainda reagindo ao anúncio de troca no comando da empresa de concessões de infraestrutura na sexta-feira, quando o papel encerrou em alta de 4,66 por cento.
- VIA VAREJO tinha alta de 2 por cento antes da divulgação de seu balanço do segundo trimestre, previsto para após o fechamento do mercado nesta segunda-feira. A equipe do BTG Pactual espera crescimento próximo de 7 por cento nas vendas mesmas lojas e expansão de 8 por cento no comércio eletrônico, enquanto prevê queda na margem bruta. No setor, B2W cedia 1,7 por cento e MAGAZINE LUIZA perdia 1,1 por cento.
- SUZANO subia 1,9 por cento, encontrando suporte na leve alta do dólar ante o real, após quatro quedas seguidas, período em que as ações produtora de papel e celulose acumulou perda de 9,7 por cento.
- ELETROBRAS ON e ELETROBRAS PNB operavam perto da estabilidade, em meio a expectativas relacionadas ao leilão de distribuidoras da companhia, particularmente a venda da empresa que atende o Piauí, agendada para 26 de julho. As entregas de propostas na B3 pela Cepisa ocorrem nesta segunda-feira. A negociação das demais distribuidoras da Eletrobras está prevista para 30 de agosto, à exceção da Ceal, do Alagoas.
-ULTRAPAR recuava 5,9 por cento, entre as maiores quedas do Ibovespa, tendo como pano de fundo relatório do Credit Suisse cortando a recomendação dos papéis para 'undeperform'. COSAN, que teve recomendação reduzida para 'neutra', perdia 3,2 por cento; e BR DISTRIBUIDORA, que não está no Ibovespa e também teve a classificação reduzida para 'neutra', declinava 3 por cento
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiam 0,6 e 0,14 por cento, respectivamente, em meio ao avanço dos preços do petróleo no exterior. A companhia disse que reduzirá o preço da gasolina em 0,94 por cento nas refinarias a partir de terça-feira, a 1,9426 real por litro. Com a redução, o preço da gasolina passará a ser comercializado no menor patamar desde o fim de junho.
- VALE subia 0,33 por cento, favorecida pelo avanço do preço do minério de ferro à vista na China.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN caíam 0,78 e 0,91 por cento, respectivamente, enfraquecendo o Ibovespa dado o peso relevante que detêm no índice, após fortes ganhos no último pregão por expectativas relacionadas ao cenário eleitoral.
(Por Paula Arend Laier)
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