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Crescimento dos EUA deve ser forte em 2018, mas desacelera em 2019, diz escritório de Orçamento do Congresso

13/08/2018 19h21

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento dos Estados Unidos deve acelerar neste ano antes de cair em 2019 para bem abaixo da meta de 3 por cento da administração Trump com os estímulos fiscais acabando, projetaram pesquisadores do Congresso dos EUA nesta segunda-feira.

Em uma atualização sobre as perspectivas econômicas, o escritório apartidário de orçamento do Congresso norte-americano (CBO) projetou que o PIB deve crescer 3,1 por cento este ano, superando os 2,2 por cento de alta em 2017 devido a menores impostos sobre a renda, maiores gastos do governo e investimentos privados.

O governo dos EUA cortou o imposto de renda de pessoas físicas e jurídicas em janeiro em um pacote de 1,5 trilhão de dólares, já o Congresso aprovou em março uma lei contendo gastos de 1,3 trilhão de dólares.

Isso tem sustentado os gastos de consumidores e empresários, assim como os do governo, que combinados com a aceleração das exportações de soja, devem impulsionar a economia para uma taxa de crescimento anualizada de 4,1 por cento no segundo trimestre, contra 2,2 por cento de janeiro a março. A taxa de abril a junho foi a maior em quase quatro anos.

Contudo, o CBO afirmou que o crescimento deve desacelerar no segundo semestre, com os estímulos a consumo e exportações agrícolas diminuindo. Por exemplo, algumas exportações de soja do segundo trimestre foram antecipadas para evitar as tarifas chinesas que começaram a valer em julho, reduzindo embarques futuros.

"Em 2019, o ritmo do crescimento do PIB diminuirá para 2,4 por cento na previsão da agência, enquanto o crescimento do investimento de negócios e gastos do governo diminuem", afirmou o diretor do CBO Keith Hall em comunicado.

Republicanos têm dito que os cortes de impostos, que aumentaram a dívida do país, vão se pagar com um crescimento mais forte. A administração Trump disse que a economia pode sustentar um crescimento de 3 por cento no longo prazo, afirmação contestada por diversos economistas.

O CBO também advertiu que tensões comerciais podem causar uma queda ainda maior que a projetada no PIB. A escalada de uma guerra comercial EUA-China pode resultar em tarifas em todos os produtos negociados entre as duas maiores economias do mundo.

Washington também negociou tarifas com a União Europeia, Canadá e México.

"Quando o CBO completou sua previsão econômica no início de julho, a agência estimou que as consequências das tarifas norte-americanas e suas retaliações de outros países seriam pequenas", disse Hall.

As tarifas "afetaram produtos que somam menos que 1,5 por cento do total do comércio exterior dos EUA. Contudo, a política comercial já foi alterada desde o início de julho, e devem continuar a evoluir. Logo, os efeitos das novas tarifas possivelmente se tornarão mais substanciais e ter um impacto maior na economia do que o previsto pelo CBO em suas projeções atuais".

De 2023 a 2028, o CBO projeta um crescimento de cerca de 1,7 por cento ao ano.