Qatar promete ajuda à Turquia, lira se recupera e EUA descartam retirar tarifas
ISTAMBUL/WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos descartaram nesta quarta-feira (15) retirar as tarifas sobre o aço que contribuíram para uma crise cambial na Turquia mesmo se Ancara libertar um pastor norte-americano, enquanto o Qatar prometeu investir US$ 15 bilhões na Turquia, o que deu suporte à recuperação da lira turca na sessão.
A postura da Casa Branca parece ter dado às autoridades turcas pouco incentivo para tentar viabilizar a soltura de Andrew Brunson, um pastor em julgamento na Turquia acusado de terrorismo. As autoridades turcas sempre alegaram que este era assunto para os tribunais.
Enquanto a disputa sobre Brunson parece estar longe de uma resolução, o presidente turco, Tayyip Erdogan, recebeu uma ajuda do emir do Qatar, que aprovou um pacote de projetos econômicos, investimentos e depósitos após um encontro dos dois em Ancara.
O dinheiro do Qatar será injetado nos bancos e no mercado financeiro, uma fonte do governo turco contou à agência de notícias Reuters.
A medida tomada pelo aliado do Golfo ofereceu à Turquia suporte adicional para uma recuperação da lira após o banco central turco ter apertado a liquidez e refreado a venda da moeda.
A lira perdeu cerca de 40% do valor em comparação ao dólar neste ano, na esteira de preocupações acerca do crescente controle de Erdogan sobre a economia e seus repetidos apelos por taxas de juros baixas mesmo com a inflação alta.
Respondendo ao quadro, a lira bateu em 7,24 em relação ao dólar na segunda-feira (13), recorde de baixa, chocando os mercados acionários globais e ameaçando a estabilidade do setor financeiro da Turquia. Nesta quarta-feira, a moeda turca se recuperou, rondando o patamar de 6 liras em relação ao dólar.
O presidente Donald Trump dobrou as tarifas sobre metais turcos exportados para os Estados Unidos na semana passada, levando a Turquia, que disse que não vai se curvar às ameaças, a aumentar as tarifas sobre os carros, álcool e tabaco na mesma magnitude nesta quarta-feira.
A Casa Branca chamou a ação de um passo na direção errada.
Falando a repórteres em Washington, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, também destacou que os EUA não tinham planos de remover as tarifas sobre o aço se Brunson fosse libertado, mas que poderiam remover sanções impostas a dois oficiais do alto escalão turco se o pastor fosse solto.
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