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Governo Lula terá fundo com recursos de reservas, do BNDES e privados para infraestrutura, diz Manuela

20/08/2018 14h06

SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criará, se for eleito em outubro, um fundo de investimento em infraestrutura composto por 10 por cento das reservas internacionais e por recursos privados e do BNDES, disse nesta segunda-feira a deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB).

Manuela, que deverá ocupar a vaga de vice na chapa do PT à Presidência assim que a situação jurídica de Lula estiver resolvida, disse em palestra a empresários organizada pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), que a ideia é que esse fundo disponha de 100 bilhões de reais, que seriam usados prioritariamente em obras paradas.

"A nossa coligação trabalha com a proposta de que nós possamos trabalhar, de que nós possamos refletir sobre a constituição de um fundo de financiamento para a infraestrutura", disse.

"Nós calculamos que com aproximadamente 10 por cento do que são as reservas internacionais, mais recursos privados e do BNDES, nós possamos chegar a um total de 100 bilhões de reais imediatamente para investimentos em infraestrutura", explicou.

Manuela acrescentou que a prioridade para uso deste montante seria para a retomada de 7 mil obras paradas em todo o país, muitas delas iniciadas em grandes cidades com vistas a grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

ONU E LULA

Em entrevista coletiva após a palestra, Manuela defendeu aos jornalistas que o Brasil deve cumprir o pedido do Comiê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que na semana passada disse que Lula deve ter garantidos todos os direitos políticos.

O ex-presidente, que lidera as pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, está preso desde abril em Curitiba onde cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá. Embora o PT tenha registrado a candidatura de Lula na semana passada, ele deve ser barrado de concorrer pela Lei da Ficha Limpa, que torna inelegíveis condenados por órgãos colegiados da Justiça.

"Nosso candidato é Lula. O mundo, inclusive a partir da recente decisão da ONU, mostra que juridicamente ele deve ter o direito de concorrer às eleições", disse Manuela a jornalistas. "A ONU tem uma opinião sobre a candidatura do presidente Lula. Ela vale? Ou agora não vale mais a ONU? A gente vai retroceder para o período em que a ONU não valia?", acrescentou.

"Lembrem-se, há pouco tempo nós disputávamos um assento no Conselho de Segurança (da ONU), porque é algo relevante, não porque é uma irrelevância essa organização", disse ela.

Manuela ainda comentou a pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda, que voltou a mostrar Lula liderando as intenções de voto para a Presidência. Para ela, a pesquisa mostra que, além da ONU e de juristas que dizem que o petista pode ser candidato, o povo quer elegê-lo presidente em outubro.

(Reportagem de Eduardo Simões)