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Ibovespa avança 2% com exterior favorável, mas giro é fraco com incerteza eleitoral

27/08/2018 17h29

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A semana começou com o Ibovespa fechando em alta de mais de 2 por cento, favorecido pelo maior apetite a risco no mercado global, mas o giro financeiro foi reduzido, diante de um cenário eleitoral ainda recheado de incertezas no Brasil.

O principal índice de ações da B3 subiu 2,19 por cento, a 77.929,68 pontos. O volume financeiro, contudo, somou 7,3 bilhões de reais, contra uma média diária de 11,2 bilhões de reais.

No exterior, o acordo comercial entre Estados Unidos e México no âmbito da renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e a expectativa de um desfecho envolvendo também o Canadá deram suporte aos mercados.

Em Wall Street, o Dow Jones encerrando o dia em alta de 1,01 por cento. O S&P 500 avançou 0,77 por cento.

Os desdobramentos do lado do comércio referendaram o apetite a risco já estimulado por discurso do chairman do banco central norte-americano, Jerome Powell, na sexta-feira, reiterando o gradualismo no ajuste monetário dos EUA.

Apesar da alta forte do Ibovespa, apreensões com o panorama da disputa presidencial no Brasil mantêm agentes financeiros cautelosos e com expectativa de volatilidade nos negócios.

"Não há como escapar da volatilidade dada a incerteza eleitoral" disse a equipe da Eleven Financial, em nota a clientes, ressaltando que não esperar nada diferente nos próximos dias do que aconteceu na semana passada.

Pesquisa de intenção de votos para a eleição de outubro encomendada pelo BTG Pactual ao Instituto FSB Pesquisa mostrou mais cedo que pouca variação de levantamentos recentes, com o cenário de indefinição mantido.

DESTAQUES

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON subiram 6,68 e 6,55 por cento, respectivamente, em meio a expectativas para o leilão das distribuidoras da elétrica de controle estatal - Eletroacre, Ceron e Boa Vista. O certame, agendado para 30 de agosto, tinha esta segunda-feira como data para entrega de documentação por interessados.

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 3,32 por cento, em sessão positiva para o setor financeiro como um todo, com BRADESCO PN fechando em alta de 2,68 por cento. BANCO DO BRASIL encerrou com elevação de 3,07 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 2,6 por cento.

- PETROBRAS PN avançou 2,24 por cento, em sessão de leve alta do petróleo no exterior, enquanto o noticiário relacionado à petrolífera de controle estatal incluiu que nova fase de venda de fatias em áreas nas bacias de Santos e Campos e expectativa da companhia de que a refinaria de Paulínia (Replan) volte a operar nesta semana.

- VALE subiu 2,81 por cento, endossando o viés positivo dada a sua elevada fatia no Ibovespa.

- NATURA valorizou-se 4,34 por cento, em sessão de alta do setor de consumo em geral, tendo como pano de fundo o alívio nas taxas futuras de juros.

- SUZANO caiu 3,26 por cento, na esteira do dólar mais fraco ante o real. FIBRIA recuou 1,3 por cento.

- MARFRIG fechou em baixa de 1,75 por cento, ainda penalizada pela venda de sua unidade Keystone Foods para a norte-americana Tyson Foods por 2,4 bilhões de dólares na semana passada, valor abaixo do especulado inicialmente no mercado.