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Marina diz que baixo crescimento econômico é reflexo da falta de credibilidade do país

31/08/2018 15h37

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, afirmou que o baixo crescimento da economia brasileira no segundo trimestre divulgado nesta sexta-feira reflete a falta de credibilidade dos investidores nacionais e externos no país.

“Temos que adquirir credibilidade porque boa parte dos investimentos não acontece por falta de credibilidade, que gera insegurança muito grande, e o país não conta com o investimento externo e não tem o interno", disse a ex-ministra a jornalistas após palestra na Casa Firjan, no Rio de Janeiro.

“Todos estão esperando para ver quem vai ser o presidente. Qualquer métrica de crescimento dependerá da resposta que será dada nas urnas”, acrescentou.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou mais cedo nesta sexta-feira que a economia do Brasil cresceu 0,2 por cento ante o primeiro trimestre de 2018, e teve alta de 1,0 por cento em relação ao mesmo período de 2017, afetada pela greve dos caminhoneiros de maio, a alta do dólar e da inflação e as incertezas causadas pelo processo eleitoral.

A candidata da Rede aproveitou para atacar os governos do PT, especialmente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, e usou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como alvo.

Segundo Marina, a conduta do banco de fomento precisa mudar para deixar de privilegiar seus empréstimos a pequenos grupos que ela denominou de “amigos do rei”.

“Na gestão pública você tem que ser transparente, e 1 trilhão para os amigos do rei não pode. Não pode captar recursos à Selic e emprestar para os amigos do rei a 4 ou 5 por cento de juros, não pode” disse. “O BNDES não pode ser utilizado pelos que já tem, já são e já podem, sem critério”.

JULGAMENTO DE LULA

A candidata da Rede também cobrou celeridade da Justiça Eleitoral na definição sobre a candidatura de Lula, que está preso em Curitiba desde abril condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP).

Marina disse que o eleitor brasileiro já está desacreditado com a forma de fazer política no país, e fica confuso com a indefinição sobre quem será o candidato do PT na eleição presidencial de outubro.

“O eleitor não tem claramente a definição do processo eleitoral, e a Justiça precisa dar uma resposta para isso”, afirmou.

“Precisamos de celeridade nos processos porque todos os candidatos estão se expondo, falando suas propostas e trajetórias... por isso é importante que a decisão seja tomada o quanto antes para não criar mais confusão na cabeça do eleitor que já está indignado e desacreditado com partidos e lideranças políticas“, disse Marina, acrescentando que, com base na Lei da Ficha Limpa, o petista não poderia ser candidato.

O TSE iniciou na tarde desta sexta-feira sessão que vai julgar o registro da candidatura de Lula, em processo esse que deve retirar o petista da corrida ao Palácio do Planalto.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)