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Processo eleitoral do Brasil não preocupa, diz ministro da Produção da Argentina

10/10/2018 16h24

BRASÍLIA (Reuters) - A Argentina acompanha com atenção o desenrolar do processo eleitoral no Brasil para entender como será a política econômica futura, disse o ministro da Produção da Argentina, Dante Sica, ressaltando, contudo, que não há preocupação com a disputa presidencial.

"Temos observado o processo eleitoral, mas não estamos preocupados", afirmou ele a jornalistas, após reunião em Brasília com o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge.

Segundo Sica, o tema é natural foco de atenção, já que quando "Brasil vai bem, Argentina vai bem", sendo que um crescimento de 1 ponto no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro implica alta de 0,25 ponto para o vizinho do Mercosul, de acordo com ele.

Falando a jornalistas, Sica também elogiou a transparência das eleições no Brasil e a rapidez com que os resultados são divulgados.

Sobre as perspectivas para a atividade na Argentina, ele afirmou que o país deve ver uma queda menor do PIB no quarto trimestre, e uma recuperação "muito mais generalizada" entre o primeiro e o segundo trimestres de 2019.

Também presente na coletiva, Jorge afirmou que, segundo estudos da Camex, há redução de cerca de 4,4 por cento dos embarques brasileiros para a Argentina a cada 1 ponto de contração do PIB argentino.

Como reflexo desse quadro, no ano até setembro as exportações para Argentina recuaram 4,6 por cento, ao passo que as importações subiram 17,5 por cento.

Na semana passada, a entidade representativa das montadores brasileiras, Anfavea, estimou que o Brasil deve amargar uma redução de 8,6 por cento nas exportações de veículos neste ano por conta da crise na Argentina. [nL2N1WK16V]

A moeda argentina perdeu mais de 50 por cento de seu valor contra o dólar neste ano até agora.

Atingido pela recessão, o país anunciou recentemente um acordo de financimento de 57 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para resgatar a confiança de investidores e pagar o serviço da sua dívida externa em 2019.

(Por Marcela Ayres; Edição de Iuri Dantas)