BCE mantém plano de fim de estímulo apesar de "muitas incertezas"
Por Balazs Koranyi e Francesco Canepa
FRANKFURT (Reuters) - O Banco Central Europeu deixou a política monetária inalterada como esperado nesta quinta-feira, permanecendo no caminho para encerrar o estímulo sem precedentes mesmo com as perspectivas de crescimento piorando e a turbulência política na Itália pairando sobre o bloco da moeda única.
Tendo esgotado muito de seu poder de fogo com vários anos de suporte, o BCE reafirmou que seu programa de compras de 2,6 trilhões de euros em ativos vai chegar ao fim este ano e as taxas juros podem subir após o próximo verão (no hemisfério norte), mantendo a orientação dada pela primeira vez em junho, que foi repetida em todas as reuniões desde então.
Reconhecendo uma força recente mais fraca na economia da zona do euro, o presidente do BCE, Mario Draghi, enumerou o que chamou de "um monte de incertezas" relacionadas ao protecionismo comercial, mercados emergentes e volatilidade do mercado financeiro.
"Isso é uma mudança suficiente para nos fazer mudar o cenário básico? A resposta é 'Não'", disse ele numa entrevista coletiva do BCE para justificar a decisão de seus membros de manter o julgamento de que os riscos permaneceram "amplamente equilibrados".
"A força da economia continua a sustentar nossa confiança de que a convergência sustentada da inflação para o nosso objetivo continuará e será mantida mesmo depois de uma redução gradual de nossas compras de ativos", disse ele.
Mais cedo, o comunicado do Conselho do BCE reafirmou sua visão de que as taxas de juros do BCE continuarão nos níveis atuais pelo menos até ao verão de 2019. Draghi completou o cenário acrescentando que não houve discussão sobre a prorrogação do estímulo.
Autoridades, falando em público e privado, disseram que as exigências para prorrogar o esquema de compra de títulos do BCE são muito altas.
Com a UE tendo dado o passo sem precedentes de rejeitar o orçamento da Itália nesta semana, Draghi foi questionado sobre a intensificação da disputa política entre Roma e Bruxelas acerca do orçamento expansionista do já endividado país.
Ele mesmo de origem italiana, Draghi disse estar confiante de que um acordo será alcançado entre Bruxelas e Roma e observou o quanto o impasse já está custando à Itália por conta do aumento dos rendimentos de sua dívida pública.
Com a decisão desta quinta-feira, o BCE manteve a taxa de depósito, atualmente sua principal ferramenta de juros, em -0,40 por cento.
A principal taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permaneceu em 0 por cento, enquanto a taxa de empréstimo ficou em 0,25 por cento.
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