Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Isenções após greve de caminhoneiros pressionam lucro da CCR no 3º trimestre

25/10/2018 21h24

SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de concessões de infraestrutura CCR viu seu lucro cair no terceiro trimestre, diante dos efeitos de isenções concedidas pelo governo federal a caminhoneiros após uma greve do setor que paralisou o país na segunda quinzena de maio.

A companhia anunciou nesta quinta-feira que seu lucro líquido de julho a setembro somou 365,3 milhões de reais, uma queda de 22,7 por cento ante mesma etapa de 2017. Considerando bases comparáveis, o lucro caiu 14,2 por cento, para 405,3 milhões de reais.

A receita líquida da companhia ainda cresceu 5,4 por cento no trimestre, também no comparativo anual, para 2,09 bilhões de reais, apoiado no desempenho dos negócios de aeroportos e de mobilidade urbana, como linhas de metrô, o que compensou a queda nas receitas com pedágio na maioria das rodovias administradas pela CCR. Em bases comparáveis, a receita subiu 4,1 por cento.

No entanto, o resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 0,9 por cento, a 1,258 bilhão. A margem Ebitda recuou 3,8 pontos percentuais ano a ano, para 60,2 por cento.

O tráfego das rodovias administradas pela CCR no terceiro trimestre foi 4,5 por cento menor do que um ano antes. Esse efeito foi parcialmente compensado pela cobrança de uma tarifa média 4,3 por cento maior.

Em 27 de maio, uma medida do governo determinou isenção da cobrança de eixos suspensos dos caminhões vazios. Essa foi uma das reivindicações dos caminhoneiros durante a greve.

Segundo a CCR, excluindo-se os efeitos das isenções, o tráfego consolidado da empresa teria tido queda de 0,1 por cento. A empresa disse que as isenções representaram uma perda de receita de pedágio de cerca de 76,3 milhões de reais no período.

"As formas de compensação pela isenção de eixos suspensos, restabelecendo a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos, estão sendo discutidas com os poderes concedentes", afirmou a CCR no relatório.

(Reportagem de Aluísio Alves)