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Preço do diesel nas refinarias pode aumentar R$0,06/litro em 1º de janeiro

28/12/2018 16h04

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O preço médio do diesel vendido nas refinarias da Petrobras poderá subir em média 0,0669 real por litro a partir de 1ª de janeiro, com o fim do programa de subvenção ao combustível, segundo cálculos da Reuters a partir de dados disponibilizados pela reguladora ANP.

O programa de subsídio foi criado pelo governo federal em junho como resposta a uma greve histórica de caminhoneiros contra a alta nos preços do óleo.

Por meio do programa, fornecedores de diesel, como a Petrobras, praticam preços determinados pelo programa e são ressarcidos em até 0,30 real por litro, dependendo de preços de referência calculados pela ANP a partir de indicadores externos, como o dólar e o barril do petróleo.

Para os dias 29, 30 e 31 de dezembro, a ANP fixou valores de referência que variam entre 1,7999 real por litro no Norte a 1,9884 real por litro no Centro-Oeste. Com isso, o valor médio do subsídio durante este período será de 0,0669 real por litro, valor este que, a princípio, pode ser recomposto assim que a subvenção terminar.

Com o fim do programa, entende-se que a Petrobras e outros fornecedores de diesel do país, como refinarias e importadores, voltem a praticar preços de mercado. No entanto, a velocidade que os preços internos voltarão para patamares internacionais vai depender da atuação das empresas.

Nesta sexta-feira, a Petrobras anunciou ter aprovado um mecanismo financeiro de proteção complementar à política de preços do diesel, semelhante ao utilizado na gasolina, que permitirá à companhia manter a cotação do produto estável nas refinarias por um período de até sete dias em momentos de elevada volatilidade.

Segundo a Petrobras, o mecanismo de proteção complementar dá "flexibilidade adicional" à gestão da política de preços do diesel, "conciliando seus interesses empresariais com as demandas de seus clientes e agentes de mercado em geral".

A companhia destacou que terá a opção de aplicar o mecanismo logo após o encerramento do programa de subvenção.

À Reuters, o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, afirmou esperar que a Petrobras, que responde por quase 100 por cento do refino nacional, faça um aumento um pouco maior. Isso porque, segundo ele, os preços de referência da ANP não refletem a paridade internacional.

"Fizemos alguns comentários e sugestões para a ANP ajustar os PRs (preços de referência), mas nem todos foram atendidos", afirmou Araújo.

(Por Marta Nogueira)