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IPCA-15 sobe 0,30% pressionado por alimentos, mas tem menor nível para janeiro em 25 anos

23/01/2019 09h04

SÃO PAULO (Reuters) - A prévia da inflação oficial brasileira iniciou o ano sob pressão dos preços de alimentos, mas ainda assim registrou a menor taxa para janeiro em 25 anos e permaneceu abaixo do centro da meta do governo em 12 meses.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 0,30 por cento em janeiro na comparação com o mês anterior, deixando para trás a queda de 0,16 por cento registrada em dezembro.

Apesar da retomada da alta, essa é a leitura mais baixa do IPCA-15 para janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o IPCA-15 acumulou em 12 meses alta de 3,77 por cento, depois de ter fechado o ano com avanço de 3,86 por cento.

A meta oficial de inflação do governo para 2019 é de 4,25 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Em 2018, o IPCA fechou o ano com avanço de 3,75 por cento, sendo que o centro da meta era de 4,5 por cento.

As expectativas em pesquisa da Reuters eram de alta de 0,33 por cento na base mensal, subindo 3,81 por cento em 12 meses.

Em janeiro, o destaque foi alta de 0,87 por cento do grupo Alimentação e bebidas, representando o maior impacto no índice do mês, depois de avanço de 0,35 por cento em dezembro.

Os preços da alimentação no domicílio pressionaram o grupo, ao subirem 1,07 por cento em janeiro depois de avançarem 0,22 por cento no mês anterior. Os aumentos de 6,52 por cento nos preços das frutas e de 1,72 por cento das carnes foram o destaque.

Por outro lado, o grupo Transportes teve deflação de 0,47 por cento, mas o ritmo de queda diminuiu após recuo de 0,93 por cento em dezembro. A gasolina caiu 2,73 por cento, no segundo mês consecutivo de queda, e teve o maior impacto individual no índice.

Já os preços de Vestuário caíram 0,16 por cento em janeiro, deixando para trás alta 0,31 por cento no mês anterior.

Apesar do avanço no primeiro mês do ano, as perspectivas para a inflação permanecem confortáveis, com as projeções ancoradas e com o ritmo da atividade econômica e da recuperação do mercado de trabalho ainda moderado.

Isso mantém aberto o espaço para que o Banco Central deixe a política monetária inalterada por um longo período. Os economistas consultados na pesquisa Focus realizada pelo BC veem aumentos da taxa básica de juros Selic somente em outubro e dezembro, terminando o ano a 7 por cento, contra o atual patamar de 6,5 por cento.

Na terça-feira, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou à Reuters que a autoridade monetária vai sempre olhar no momento adequado se a política monetária está suficientemente estimulativa.

(Por Camila Moreira)