Marinho descarta ajuste salarial de outras categorias após reestruturação de carreiras militares
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, descartou nesta quinta-feira a possibilidade de ajustes salariais de outras categorias além dos militares, embora admita que haverá pressão.
Falando a jornalistas antes de evento no Rio de Janeiro, Marinho afirmou que não há espaço fiscal para conceder nenhum outro ajuste salarial a qualquer outra carreira.
"Evidentemente que não (há espaço para novos ajustes salariais para demais categorias). Nos últimos 19 anos os militares provavelmente foram a única categoria mais relevante do serviço público que não teve reestruturação. Qualquer possibilidade de reestruturação significará impacto fiscal", disse ele a jornalistas.
"Quanto a haver pressão de corporações, sempre houve e sempre haverá junto a parlamentares. O governo não tem margem de ajustes para outras categorias", frisou.
Na véspera, o governo apresentou a reforma da Previdência das Forças Armadas, que contará com um impacto positivo para as contas públicas de apenas 10,45 bilhões de reais em 10 anos após incorporar uma reestruturação da carreira e benefícios à categoria, para obter a benção do Ministério da Defesa.
A reestruturação terá um custo de 86,85 bilhões de reais em uma década, levando o ganho líquido com o projeto a um patamar bem menor que o anteriormente divulgado.
Para Marinho, não há disparidade na economia entre as propostas de reformas para o regime geral e para os militares. Ele afirmou ainda que torce para que a aprovação da reforma previdenciária aconteça no primeiro semestre, ressaltando que, se não houver mudanças, a discussão será como reduzir o desemprego e como ficará a taxa cambial.
"Tomara que seja no primeiro semestre. O ritmo quem vai dar é o Congresso mas é claro que para o governo e para a sociedade brasileira é importante que o projeto tenha a celeridade adequada sem perder a qualidade", disse Marinho.
CCJ
Enquanto Marinho participava do painel de encerramento de Convenção Nacional de Supermercados, a liderança do PSL na Câmara informou que o anúncio de um nome para relatar a reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, previsto para esta quinta-feira, foi adiado à espera de um "esclarecimento" do governo sobre o projeto que trata da reestruturação de carreira e da aposentadoria dos militares.
Marinho minimizou o anúncio dizendo que a CCJ tem o direito de pedir esclarecimentos.
"Essa decisão da CCJ é apenas um ato discricionário do presidente. Esse é um direito da CCJ. O projeto foi apresentado na quarta-feira e eles vão ter a condição de se debruçar sobre ele e fazer um juízo de valor", disse Marinho a jornalistas.
A CCJ é a primeira etapa na tramitação da reforma da Previdência, a principal proposta do governo Jair Bolsonaro para ajustar as contas públicas no país.
(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)
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