Ações da Oi caem mais de 10%; Anatel nega intervenção
As ações da Oi voltaram a despencar na bolsa paulista nesta sexta-feira, ainda pressionadas pelo fraco desempenho operacional da companhia no segundo trimestre e possibilidade de aumento de investimentos, além de ruídos de intervenção federal na empresa se não houver melhora nos números nos próximos meses.
Nem a negativa da Anatel sobre a possibilidade iminente de decretação de intervenção ou de cancelamento de concessões de telefonia fixa do grupo amenizaram as perdas.
Por volta das 15:46, os papéis ordinários caíam 10,9%, a 1,07 real, enquanto as preferenciais, de menor liquidez, perdiam 11,6%. Na mínima, as ONs chegaram a 0,97 real, menor cotação intradia desde junho de 2016.
Na véspera, as ações fecharam com tombos respectivos de 17,93% e 10,98%, após prejuízo maior do que o esperado no segundo trimestre. A companhia também disse na quinta-feira que está avaliando a possibilidade de ampliar investimentos neste ano para até 7,5 bilhões de reais.
Analistas do Bradesco BBI afirmaram em nota a clientes que preferiam manter a visão cautelosa sobre as operações da empresa, devido aos contínuos desafios para resultados de curto prazo no segmento residencial, bem como demonstraram preocupação a intenção da Oi de acelerar seu plano de investimentos.
"Nós ficamos preocupados com a intenção da Oi de acelerar o plano de investimentos, apesar da queima de caixa de 2 bilhões de reais no segundo trimestre, já que isso depende da conclusão bem sucedida das vendas de ativos, enquanto a empresa acrescentou que poderia considerar a emissão de dívida angariando capital caso as vendas de ativos demorem mais do que o esperado."
Nesta sexta-feira, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo traz que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) avalia uma intervenção na empresa de telecomunicações se a companhia não reverter os maus resultados e que autoridades do governo Jair Bolsonaro foram avisadas esta semana.
De acordo com a reportagem, duas reuniões já foram realizadas na agência reguladora para discutir o assunto e executivos da Oi devem ser chamados em Brasília para falar sobre como planejam manter a empresa de pé.
Na parte da tarde, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou nota à imprensa afirmando que "não se atestam" as informações quanto à possibilidade iminente de decretação de intervenção ou de aplicação de caducidade às concessões de telefonia fixa da Oi.
A agência afirmou que uma solução de mercado definitiva é o cenário preferencial para a evolução positiva da situação do grupo.
"Soluções de outra natureza são excepcionais...Dependem não apenas do atendimento das hipóteses previstas em lei, mas também de se mostrarem, ante a análise de conveniência e oportunidade, instrumentos hábeis a alcançar posição mais segura e favorável ao interesse público", afirmou a Anatel.
A Oi teve prejuízo de segundo trimestre de 1,559 bilhão de reais, em comparação a um resultado negativo de 1,258 bilhão de reais no mesmo período do ano anterior. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial em 2016 para reestruturar cerca de 65 bilhões de reais em dívidas.
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