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Credit Suisse vai parar de financiar novas termelétricas a carvão

Sede do banco Credit Suisse, em Berna - Ruben Sprich/Reuters
Sede do banco Credit Suisse, em Berna Imagem: Ruben Sprich/Reuters

Brenna Hughes Neghaiwi

Em Zurique (Suíça)

11/12/2019 09h53

O Credit Suisse vai parar de financiar o desenvolvimento de novas termelétricas movidas a carvão, disse o segundo maior banco suíço uma semana depois de grupos ambientalistas terem solicitado o fim do apoio a esses projetos.

"O banco decidiu não providenciar mais nenhuma forma de financiamento especificamente relacionada ao desenvolvimento de novas usinas de energia a carvão. Isso soma-se à atual política de não providenciar nenhuma forma de financiamento que seja especificamente relacionada ao desenvolvimento de novas minas de carvão térmico", disse o Credit hoje, antes de um encontro com investidores em Londres.

"Esse compromisso também se aplica a casos em que a maioria dos recursos a serem levantados mira o desenvolvimento de uma nova usina a carvão ou de uma nova mina de carvão térmico, respectivamente".

O Credit Suisse está em um grupo de dez grandes bancos europeus que foram desafiados por grupos de ambientalistas a suspender financiamentos para elétricas que estariam desenvolvendo térmicas a carvão.

Um relatório das Nações Unidas no ano passado apontou que quase todas as termelétricas a carvão precisariam ser fechadas até a metade deste século para ajudar a evitar uma alta de 1,5°C nas temperaturas globais. Esse seria o nível necessário para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas, segundo cientistas.

O grupo alemão de pressão Urgewald e a BankTrack, uma organização não governamental focada em bancos e seus financiamentos, disseram em análise divulgada neste mês que alguns bancos disseram que não iriam mais financiar térmicas a carvão, mas seguiram fornecendo empréstimos para empresas que estão construindo essas usinas.

Eles indicaram que o financiamento a empresas que estão planejando ou desenvolvendo usinas a carvão cresceu para US$ 56 bilhões entre 2017 e o final de setembro de 2019, ante US$ 48 bilhões no período entre 2014 e 2016.