Ibovespa cai com mais efeitos do Covid-19, em dia de giro recorde com vencimentos
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, com bancos e Petrobras entre as maiores pressões de baixa, seguindo o viés negativo de Wall Street após dados dos Estados Unidos realçarem receios dos efeitos econômicos da pandemia de Covid-19.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,36%, a 78.831,46 pontos. Na máxima, chegou a reverter marginalmente as perdas e tocar 80.034,78 pontos. No pior momento, chegou a 77.545,67 pontos.
O volume financeiro foi recorde e somou 97,5 bilhões de reais, com o pregão marcado pelos vencimentos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro. O recorde anterior era de 18 de dezembro, de 79,6 bilhões de reais.
A queda vem após duas altas seguidas, que ajudaram o Ibovespa a acumular alta de 9,45% em abril até a véspera.
A pauta norte-americana corroborou a realização de lucros, com forte queda nos lucros de bancos em razão de provisões para inadimplência e dados de varejo e produção piores do que o esperando, em mais sinais dos efeitos nocivos do coronavírus na maior economia do mundo.
Para a equipe da Elite Investimentos, a elevada volatilidade segue nos mercados, com a piora na sessão ancorada em dados dos EUA. "As estimativas do impacto do Covid-19 na economia vêm se concretizando", destacou em nota a clientes.
Notícias sobre planos de reabertura de economias também ocuparam as atenções, mesmo com o número de casos superando 2 milhões de pessoas no mundo.
O diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) disse acreditar que 19 ou 20 Estados do país sofreram impacto limitado do novo coronavírus e seus governadores creem estar prontos para retomar atividades em 1º de maio.
No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou um recorde de casos de infecção pelo novo coronavírus em 24 horas, com 3.058 pessoas, maior aumento diário desde o início da pandemia, chegando a 28.320 confirmações no total. O país também registrou mais 204 mortes provocadas pela doença, igualando o recorde da véspera e somando 1.736 óbitos.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON caíram 2,09% e 3,26%, respectivamente, entre as maiores quedas, na esteira do tombo dos preços do Brent no exterior.
- VALE ON perdeu 3,01%, com o setor de mineração e siderurgia no vermelho. Analistas do BTG Pactual veem a demanda no setor siderúrgico retornando aos níveis de 2005 em razão dos reflexos da pandemia e cortou preços-alvo no setor. GERDAU PN cedeu 2,16%, CSN ON recuou 2,02% e USIMINAS PNA caiu 1,47%.
- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 3,7% e BRADESCO PN perdeu 2,89%. O BNDES está discutindo com bancos detalhes sobre resgates a setores duramente atingidos pela crise: companhias aéreas, montadoras, empresas de energia e grandes varejistas não essenciais. E um juiz federal proibiu, em decisão de primeira instância, que bancos aumentem as taxas de juros ou as exigências para a concessão de crédito no período da pandemia.
- BRMALLS ON caiu 4,12%, com o setor de shopping centers entre as maiores baixas. MULTIPLAN ON recuou 2,86% e IGUATEMI ON perdeu 2,16%. O Valor Econômico publicou que o volume de processos de grandes grupos de shopping centers cresceu contra lojistas pequenos e médios por causa de inadimplência contratual - com pedidos de despejo ou multas.
- GOL PN valorizou-se 7,16%, tendo no radar as discussões entre BNDES e bancos sobre resgates para setores duramente atingidos pela crise. SMILES ON, controlada pela Gol, avançou 5,67%. AZUL PN subiu 0,92%.
- NATURA&CO avançou 6,78%, no segundo pregão seguido de alta, ampliando o ganho em abril para cerca de 20%, após terminar o primeiro trimestre com queda superior a 30%.
- VIA VAREJO ON teve avanço de 3,78%. Além da discussão de BNDES com bancos para ajudar o setor, a varejista de eletroeletrônicos está pedindo suspensão de aluguéis de mais de mil lojas físicas fechadas devido a medidas de quarentena, como forma de lidar com a queda de 50% de sua receita, duas fontes a par do assunto afirmaram à Reuters. No setor, B2W ganhou 5,55% e MAGAZINE LUIZA ON subiu 2,21%
(Por Aluisio Alves)
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