Governo avalia se amplia linha do BNDES para capital de giro após retirada de exigências
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O governo pode ampliar a linha de crédito de 5 bilhões de reais para capital de giro criada para ajudar micro, pequenas e médias empresas a enfrentarem os efeitos da pandemia de coronavírus, disseram duas fontes com conhecimento do assunto nesta segunda-feira.
A expectativa é que a liberação dos recursos da linha atual deve acelerar nos próximos dias após as medidas de desburocratização previstas na PEC do Orçamento de Guerra, aprovada na semana passada pela Câmara dos Deputados.[nL1N2CO2E6]
A linha de capital de giro já aprovou 2 bilhões de reais em financiamentos e a previsão é que se aproxime de 3 bilhões nos próximos dias. "Se continuar nesse ritmo de 135 milhões de reais por dia, vai precisar de mais recursos", disse à Reuters uma das fontes. Uma segunda fonte avaliou que "pode ser que no próximo mês os recursos estejam consumidos".
O BNDES já comunicou agentes financeiros parceiros na concessão da linha de capital de giro que, a partir desta segunda-feira, os tomadores não precisam mais apresentar alguns documentos que incluem a Certidão Negativa de Débitos relativos a tributos federais.
"Foram tirados da frente obstáculos importantes para liberar o crédito", disse uma das fontes, avaliando que as exigências menores de documentação poderão acelerar também a linha voltada a folhas de pagamento, que tem 40 bilhões reservados, mas que até agora só aprovou cerca de 1% desse volume em pedidos de financiamento.
O governo reservou 40 bilhões de reais (34 bilhões do Tesouro e o restante de bancos privados) para que empresas possam fazer frente às suas folhas de pagamento por dois meses e tem ouvido pedidos para estender o limite das empresas que podem ser contempladas. Hoje, as empresas candidatas à linha têm que ter faturamento anual de 360 mil a 10 milhões de reais, o que deixa sem acesso microempresas, disse uma terceira fonte em Brasília.
Além disso, para o financiamento ser obtido, as folhas dos funcionários também têm que ser processadas em bancos, o que nem sempre acontece em negócios menores.
(Com reportagem adicional de Marcela Ayres, em Brasília)
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