BTG Pactual reduz risco para enfrentar crise do coronavírus
Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco BTG Pactual decidiu reduzir os riscos relacionados ao mercado no primeiro trimestre, quando seu lucro líquido veio abaixo das estimativas, preparando-se para a crise trazida pelo coronavírus.
"Neste trimestre, nos deparamos com uma crise sem precedentes. Estamos orgulhosos do resultado que apresentamos, e temos consciência de que o cenário à frente é bastante incerto e que exige redobrada atenção", afirmou o presidente, Roberto Sallouti, em um comunicado.
O índice de capital principal do banco subiu para 15%, ante 12,2% no trimestre anterior, enquanto o retorno sobre o patrimônio caiu 4,6 pontos percentuais, para 14,5%.
O lucro líquido recorrente, que exclui itens únicos, ficou em 789 milhões de reais no primeiro trimestre, 7% abaixo das expectativas dos analistas, segundo um consenso da Refinitiv de 848,9 milhões de reais, mas houve um aumento de 9,4% em relação ao ano anterior.
A receita total do BTG atingiu 1,518 bilhão de reais, um aumento de 2%, com crescimento em quase todas as linhas de negócios em relação ao ano anterior. O banco registrou, porém, uma perda de 18 milhões de reais em seus investimentos proprietários, causada por aplicações em mercados globais e imóveis.
A entrada líquida de recursos para gestão de ativos e fortunas chegou a 21,2 bilhões de reais, mantendo a tendência de alta de períodos anteriores.
A carteira de crédito cresceu 8,9% em relação ao trimestre anterior, atingindo 47,7 bilhões de reais. O banco disse que aumentou as provisões para possíveis perdas decorrentes da crise do coronavírus, mas não informou o montante.
O BTG apertou seu cinto no primeiro trimestre com as despesas operacionais crescendo 1% em relação ao ano anterior, embora tenha acelerado os custos relacionados à sua recém-lançada unidade de varejo digital, pois o BTG disse anteriormente que vê boas oportunidades de negócios.
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