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Ibovespa avança com alta em commodities; BTG Pactual sobe após balanço

12/05/2020 11h49

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista adotava um viés positivo nesta terça-feira, tendo as ações da Petrobras e da Vale entre os principais suportes do Ibovespa, na esteira do avanço de preços de commodities como o petróleo e minério de ferro, com BTG Pactual entre os destaques de alta após resultado trimestral com reforço de capital.

Às 11:46, o Ibovespa subia 1,51%, a 80.258,35 pontos. O volume financeiro era de 5,5 bilhões de reais.

No exterior, repercutia anúncio da China de uma nova lista de 79 produtos dos Estados Unidos elegíveis para isenções das tarifas retaliatórias adotadas no ápice da guerra comercial, enquanto agentes financeiros seguem acompanhando a reabertura das economias em algumas regiões.

Em Wall Street, o S&P 500 cedia 0,34%, enquanto, em Londres, o FTSE 100 avançava 1%. Entre as commodities, o contrato de petróleo Brent tinha acréscimo de 1,4%. Na China, o minério de ferro de referência na bolsa de Dalian, para entrega em setembro, fechou em alta de 1%.

Do lado da pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta terça-feira que vê "dados potencialmente positivos" sobre tratamento do novo coronavírus.

No noticiário doméstico, o Banco Central destacou que vê queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre, segundo ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada na semana passada, que reduziu a Selic a 3%.

A cena política também ocupa os holofotes, em meio a expectativas de divulgação do vídeo de uma reunião ministerial na qual, segundo o ex-ministro Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro cobrou a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que é apontado como possível prova da tentativa de interferência política do presidente.

"O viés para o Ibovespa hoje é de recuperação da queda de ontem, mas de forma moderada", afirmaram analistas da corretora Mirae Asset, chamando atenção em particular para propostas legislativas que estão sendo apontadas para o setor bancário, que podem pesar nos preços das ações do setor hoje.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON avançavam 2,7% e 1,9%, respectivamente, conforme os preços do petróleo no mercado externo valorizavam-se com o inesperado comprometimento da Arábia Saudita com maiores cortes de produção em junho.

- VALE ON tinha acréscimo de 1,3%, com alta do preço do minério de ferro e também dos futuros do vergalhão de aço na China diante de perspectivas firmes para o consumo, mesmo com dados mostrando uma queda acentuada nos preços na porta da fábrica no mês passado.

- BTG PACTUAL UNIT subia 1,75%, após balanço mostrar que o banco decidiu reduzir os riscos relacionados ao mercado no primeiro trimestre, quando seu lucro líquido veio abaixo das estimativas, preparando-se para a crise trazida pelo coronavírus. O índice de capital principal do banco subiu para 15%, ante 12,2% no trimestre anterior.

- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN valorizavam-se 0,7% e 0,1%, respectivamente, endossando o viés positivo do Ibovespa. BANCO DO BRASIL ON tinha variação negativa de 0,3%.

- BRMALLS ON mostrava elevação de 4,3%, após informar na segunda-feira que iniciou a retomada operação de mais dois shoppings, ambos no Paraná, elevando para quatro o número de unidades em operação, após fechamento em março devido à pandemia do coronavírus.

- LOJAS RENNER ON avançava 4,6%, em meio a perspectivas de reabertura de atividades, particularmente shopping centers em algumas cidades do país. CIA HERING ON mostrava acréscimo de 4,1%.

- CARREFOUR BRASIL ON caía 1,65%, após divulgar na noite de segunda-feira uma queda de 15,8% no lucro líquido do primeiro trimestre, afetada por impostos maiores e despesas financeiras, apesar do crescimento de dois dígitos nas vendas, impulsionado em parte pela pandemia de coronavírus.

- EMBRAER ON recuava 1,5%, após informar que entregou apenas cinco jatos comerciais no primeiro trimestre, menos da metade do que entregou há um ano, atrelando a queda aos preparativos para um acordo com a Boeing, que acabou fracassando.