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Em depoimento à PF, Pazuello presta esclarecimentos sobre ações no Amazonas

04/02/2021 18h46

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira em inquérito que investiga suposta omissão na atuação da pasta na crise no Amazonas e, segundo sua assessoria, detalhou o que tem sido feito no Estado no enfrentamento à pandemia de Covid-19.

"O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, prestou esclarecimentos à Polícia Federal no Hotel de Trânsito de Oficiais (HTO), em Brasília, nesta quinta-feira (4/2). O ministro detalhou todas as ações realizadas e as que estão em andamento no Amazonas para atender a população e combater a Covid-19", disse.

"Após prestar esclarecimentos à Polícia Federal, colocou-se à disposição da instituição para fornecer mais informações sempre que for necessário", completou.

O ministro da Saúde depôs em um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, sobre o colapso na saúde de Manaus, que chegou a ter pacientes mortos em razão da falta de oxigênio nos hospitais locais.

PRELIMINAR

Em outra frente, o procurador-geral da República abriu uma apuração preliminar contra o presidente Jair Bolsonaro e Pazuello por suposta omissão em medidas no enfrentamento à crise de Covid-19 em Estados da Região Norte, no Pará e no Amazonas, em especial na capital Manaus.

A iniciativa de Aras consta de manifestação encaminhada por ele ao ministro do Ricardo Lewandowski.

Oito deputados federais do PCdoB pediram a instauração de um inquérito contra Bolsonaro e Pazuello pelos crimes de prevaricação e de perigo para a vida ou a saúde de outrem.

Contudo, Aras não pediu ao STF a abertura de inquérito, mas apenas abriu no momento uma apuração preliminar sobre o caso.

"A presente notícia-crime deu ensejo à instauração de Notícia de Fato no âmbito desta Procuradoria-Geral da República, de forma a permitir a apuração preliminar dos fatos narrados e suas circunstâncias, em tese, na esfera penal", disse.

"Caso, eventualmente, surjam indícios razoáveis de possíveis práticas delitivas por parte dos noticiados, será requerida a instauração de inquérito nesse Supremo Tribunal Federal", emendou.

A Advocacia-Geral da União, que defende judicialmente Bolsonaro, e o Ministério da Saúde informaram que não vão se manifestar.

Indicado por Bolsonaro, Aras tem lançado mão largamente do expediente de abrir apurações preliminares em casos que envolvem suspeitas de integrantes do governo.