Opas busca fornecedores para ajudar Brasil na compra de medicamentos para intubação
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Próximo do desabastecimento de medicamentos para intubação, o governo brasileiro começa a ir ao mercado internacional tentar a aquisição dos insumos com urgência e já obteve a ajuda da Organização Panamericana de Saúde (Opas) no esforço para viabilizar rapidamente compras internacionais.
De acordo com o vice-diretor da instituição, Jarbas Barbosa, a Opas já está em busca de fornecedores para os medicamentos do chamado kit intubação, que então podem ser comprados pelo Brasil através do fundo estratégico da organização.
O fundo, que unifica compras para conseguir melhores valores e repassa os remédios para os países da região, é muito usado pelo Brasil para compra de antirretrovirais para Aids e, segundo Barbosa, já fez compra de medicamentos usados para intubação em outras ocasiões.
"Sabendo da dificuldade do país, hoje já estamos buscando alternativas de fornecimento com produtores internacionais", disse Barbosa à Reuters.
Em uma reunião com a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, nesse final de semana, a organização foi informada das dificuldades e já começou os contatos com empresas produtoras.
Em nota nesta segunda, o Ministério da Saúde informou que de fato pretende buscar aquisições internacionais via Opas.
No entanto, apesar de não estar nas estratégias listadas pelo ministério, o governo brasileiro também instruiu seus embaixadores para que fossem em busca de medicamentos e equipamentos em alguns países que produzem alternativas que possam ser importadas rapidamente pelo Brasil, conforme confirmaram à Reuters dois diplomatas envolvidos no assunto.
O pedido chegou às embaixadas com urgência nesse final de semana para que os diplomatas procurassem fornecedores dispostos a fazer entregas imediatas de medicamentos como o midazolam, propofol e fentanila, usados para sedar e relaxar os pacientes que precisam de intubação.
Em pelo menos um dos países os contatos com fornecedores já foram feitos e existe a possibilidade de importação, mas as informações serão repassadas ao Ministério da Saúde para que possa agir.
O Ministério da Saúde informou nesta segunda que marcou reuniões com empresas fornecedoras no Brasil para conhecer a situação da produção nacional e possivelmente requisitar estoques que ainda não tenham venda prevista em contratos.
Na semana passada, em carta ao presidente Jair Bolsonaro, o Fórum de Governadores advertiu que na maior parte dos Estados os medicamentos podem durar no máximo 20 dias e os governadores não estão encontrando mais estoques para comprar. Além disso, devido à demanda os preços dispararam nos últimos meses.
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