Ao FMI, Guedes defende cooperação internacional em vacinação
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu em texto preparado para a reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI) que haja cooperação internacional no processo de distribuição de imunizantes aos países em âmbito global, mencionando que o investimento de maior retorno global é garantir o acesso equitativo às vacinas e promover uma vacinação rápida.
Em texto disponibilizado pelo FMI nesta terça-feira, mas com data da próxima quinta-feira, 8, Guedes fez um apelo aos setores público e privado, bem como às organizações multilaterais e à cooperação bilateral, para que auxiliem no processo de financiamento e distribuição de imunizantes. Ele também ventilou a possibilidade do licenciamento voluntário de propriedade intelectual.
"O acesso igualitário às vacinas para promover uma vacinação rápida e mundial é o investimento de maior retorno global. A disponibilidade e o ritmo da vacinação são um fator-chave para acelerar a recuperação e, portanto, o reequilíbrio fiscal", defendeu Guedes.
O ministro escreveu em nome do Brasil e dos outros dez países que o Brasil representa no FMI --Cabo Verde, República Dominicana, Equador, Guiana, Haiti, Nicarágua, Panamá, Suriname, Timor-Leste e Trinidad e Tobago.
Ao comentar as perspectivas para 2021, o ministro da Economia pontuou que estímulos fiscais adicionais em economias avançadas e o progresso nas vacinações sugerem um crescimento global mais forte neste ano do que o inicialmente esperado.
Na semana passada, na esteira do pacote de alívio à Covid-19 recentemente promulgado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs um plano de investimentos de 2 trilhões de dólares, colocando o país como financiador de obras de infraestrutura.
Guedes, no entanto, ressaltou que as percepções dos mercados acerca de riscos fiscais e inflacionários, bem como a reprecificação de ativos financeiros relacionados, podem levar a um "ambiente mais desafiador para economias de mercados emergentes".
Ele ponderou que apesar de haver motivos para "otimismo cauteloso", a recuperação tem sido desigual e sujeita a alta incerteza. "Isso dito, vemos os países melhorando em ritmos diferentes, e não divergindo."
Para Guedes, fatores que anteriormente contribuíram para um recuo mais acentuado podem auxiliar nesse momento de retomada. "Países em desenvolvimento com grandes mercados de trabalho informais de contato intensivo foram particularmente afetados, mas a flexibilidade nesses setores pode levar a uma resposta mais forte, à medida em que superamos a pandemia."
Ao comentar a conjuntura doméstica, Guedes disse que a abordagem necessária para estimular o país a um crescimento sustentável é tripla: "intensificar a vacinação em massa, fornecer apoio fiscal de curto prazo juntamente com a consolidação orçamentária a médio prazo e prosseguir com reformas pró-mercado".
A nova rodada de auxílio à renda aos mais vulneráveis está "vinculada" a medidas estruturais de disciplina fiscal, mencionando a aprovação da PEC Emergencial pelo Congresso Nacional, disse Guedes.
Ele acrescentou que mesmo com o recente aumento da Selic pelo Banco Central (BC), a 2,75%, a política monetária "permanece acomodatícia". De acordo com Guedes, a elevação dos juros foi necessária na esteira do aumento sustentado de preços das commodities, depreciação cambial, somada à retomada econômica, o que tem levado a ajustes para cima da inflação e expectativas.
(Por Gabriel Ponte)
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