Aumenta risco de recessão técnica no Brasil, alerta Rio Bravo
SÃO PAULO (Reuters) - Um cenário de recessão técnica começa a se desenhar no Brasil, com um quadro "desanimador" para a atividade após perda de vigor no fim do primeiro trimestre, enquanto o país deve conviver com uma situação sanitária "ainda muito difícil" até junho, disse a gestora Rio Bravo em nota.
A Rio Bravo prevê queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) entre janeiro e março e estabilidade da economia no segundo trimestre, mas ressalvou haver "probabilidade elevada" de nova retração, movimento que empurraria o Brasil a uma recessão técnica exatamente um ano depois da registrada após a eclosão da pandemia.
A definição clássica de recessão técnica é de dois trimestres consecutivos de contração econômica.
"O ambiente de retração econômica e inflação que o Brasil vive atualmente deve perdurar durante grande parte deste primeiro semestre", disse a gestora, lembrando os impactos econômicos da pandemia e que com as medidas atuais a queda no número de casos e mortes será "apenas gradual".
"O Brasil conviverá com uma situação de saúde ainda muito difícil no segundo trimestre."
O PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE em 1º de junho; o do segundo trimestre, apenas em 1º de setembro. O PIB subiu 3,2% nos três meses finais de 2020, mas no ano contraiu 4,1%, maior queda em 25 anos.
Considerada crucial para a recuperação da atividade, a vacinação nacional tem ocorrido em meio a um cenário "incerto", na avaliação dos profissionais da Rio Bravo, que destacaram, contudo, que o ritmo de imunização está melhorando e que em seus cálculos até julho o país terá vacinado os maiores de 60 anos e/ou com comorbidades.
Com isso, a casa espera um controle mais efetivo da mortalidade e da ocupação hospitalar, o que permitiria a retomada da reabertura da economia.
"Esse processo, contudo, deve ocorrer de forma gradual e encerrará somente em 2022", ponderaram.
Do lado fiscal, os profissionais chamaram atenção para o texto do Orçamento aprovado pelo Congresso, que trouxe subestimação de despesas obrigatórias, "em uma clara desobediência à Lei de Responsabilidade Fiscal", disseram.
"Além de um possível crime de responsabilidade do presidente (da República), a probabilidade de algum serviço público ser paralisado, ou mesmo de o teto de gastos ser rompido, aumentou consideravelmente, o que contribuiu para um ambiente de risco elevado."
(Por José de Castro)
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