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Democratas lutam para evitar paralisação e calote do governo dos EUA

27.ago.2021 - O presidente dos EUA, Joe Biden, durante encontro com o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett - Pool/Getty Images via AFP
27.ago.2021 - O presidente dos EUA, Joe Biden, durante encontro com o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett Imagem: Pool/Getty Images via AFP

David Morgan e Susan Cornwell

Da Reuters

28/09/2021 13h48Atualizada em 28/09/2021 17h54

Correligionários do presidente norte-americano, Joe Biden, buscavam evitar uma paralisação do governo e uma inadimplência de crédito potencialmente incapacitante ao país nesta terça-feira, enquanto também tentavam chegar a um acordo sobre um gigantesco pacote de gastos e tributário voltado à ambiciosa agenda de política social do presidente.

Os democratas esperavam evitar uma paralisação parcial do governo e suspender o teto da dívida federal com uma única votação. Mas eles sofreram na segunda-feira um bloqueio no Senado pelos republicanos, que disseram que as duas questões deveriam ser tratadas separadamente.

Nesta terça-feira, os democratas agiram para lidar com esses pontos por conta própria.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que tentaria realizar uma votação para aumentar o limite da dívida, que poderia ser aprovado apenas com o apoio dos 48 democratas da Câmara e dos dois independentes aliados a eles.

Mas os republicanos ainda precisam concordar primeiramente em realizar a votação, e vários membros do partido disseram que se opõem a essa ideia.

A Câmara dos Deputados também realizará votação para estender o financiamento do governo e aumentar o limite da dívida "nos próximos dias, certamente", disse Steny Hoyer, o democrata número dois da Câmara.

Os parlamentares têm apenas três dias para evitar uma possível paralisação do governo até a meia-noite de quinta-feira, fim do atual ano fiscal. Não fazer isso pode resultar em licenças para centenas de milhares de funcionários federais em meio a uma crise de saúde pública.

Os democratas detêm pequenas maiorias no Senado e na Câmara, que estão em disputa nas eleições de meio de mandato do próximo ano.

Os democratas do Congresso também buscarão uma maneira de aumentar o limite máximo de 28,4 trilhões de dólares para empréstimos do governo antes que o Departamento do Tesouro fique sem meios de pagar a dívida do país. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que o Tesouro provavelmente esgotará os recursos autorizados por medidas extraordinárias até 18 de outubro.

O temor fiscal tornou-se uma característica regular da política dos EUA na última década, graças à polarização partidária em curso.

A paralisação do governo mais recente, ocorrida durante a presidência do antecessor republicano de Biden, Donald Trump, durou 35 dias antes de terminar em janeiro de 2019.

Os democratas apontam que grande parte da nova dívida do país foi contraída durante a administração de Trump.

Uma paralisação do governo ou um calote seria um revés para os democratas, que se colocaram como o partido de um governo responsável após a caótica presidência de Trump.

Os democratas também estão lutando para se unir por trás de dois pilares da agenda de política interna de Biden: uma conta de infraestrutura de 1 trilhão de dólares e um pacote de gastos sociais de 3,5 trilhões de dólares.

Dois importantes democratas moderados, a senadora Kyrsten Sinema e o senador Joe Manchin, vão à Casa Branca nesta terça-feira para discutir o projeto de lei de gastos sociais, disseram fontes. Ambos afirmaram que o preço de 3,5 trilhões de dólares é muito alto.

Democratas de centro têm hesitado diante da escala do custo do pacote de gastos sociais. A Casa Branca e os principais parlamentares podem reduzir alguns benefícios para diminuir o preço, dizem fontes, mas ainda não chegaram a um valor.

Congressistas à esquerda do partido ameaçaram lançar fogo amigo contra o projeto de lei de infraestrutura. Eles expressaram preocupação de que o plano para expandir os benefícios de saúde e educação e combater a mudança climática possa cair no esquecimento se o Congresso priorizar gastos com rodovias, banda larga e outros tipos de infraestrutura.