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Panasonic se une à clean tech Pontoon em projeto de energia solar de R$ 1,6 bi

23/03/2022 18h16

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A Panasonic do Brasil fechou uma parceria com a Pontoon Clean Tech para um projeto de autoprodução de energia solar no Ceará, que demandará 1,6 bilhão de reais em investimentos e será capaz de atender 65% do consumo de eletricidade da fábrica da empresa japonesa em Extrema (MG).

O acordo prevê a construção, operação e gestão pela Pontoon de um parque solar fotovoltaico com capacidade de 500 megawatts-pico (MWp). O empreendimento integrará o complexo de Intrepid, no município de Mauriti (CE), a partir do qual a empresa também fornecerá energia à BRF.

O investimento de 1,6 bilhão deverá ser realizado pela Pontoon e o contrato de fornecimento de energia tem duração de 15 anos, se iniciando em 2024.

Segundo a Panasonic, o projeto de autoprodução de energia elétrica é estratégico para a companhia e está alinhado às suas práticas de sustentabilidade e ESG.

"O custo (com energia) é relevante, principalmente em Extrema. Temos visto aumentos anuais (do custo), e enxergamos que isso deve continuar com as mudanças climáticas, dependência de chuvas", afirmou à Reuters o vice-presidente de Appliances da empresa no Brasil, Sergei Epof.

"Termos parcerias que abrem outras fontes (de energia) ajuda o país todo a não ter tanta dependência de termelétricas", acrescentou o executivo.

O mercado livre de energia --ambiente no qual as empresas fecham sua contratação do insumo diretamente com geradoras e comercializadoras-- se tornou nos últimos anos o principal vetor de crescimento do parque gerador brasileiro, em meio à baixa contratação em leilões de energia regulados.

Já para a Pontoon, a parceria encerra o leque de contratos comerciais do projeto solar cearense, afirmou à Reuters o presidente da companhia, Marcos Severine.

Segundo ele, agora a empresa está perto de fechar o financiamento para o empreendimento, de cerca de 1 bilhão de reais, que será dividido entre BNB e uma emissão de debêntures de infraestrutura.

"É um passo importante, estamos falando de contrapartes extremamente fortes (BRF e Panasonic)... o que acaba significando um risco de crédito muito baixo, e melhor custo de captação dessa dívida", afirmou Severine.

No futuro, os executivos disseram que as companhias poderão aprofundar a parceria para outras soluções ofertadas pela Pontoon, como serviços de mobilidade elétrica, venda de certificados de energia renovável, créditos de carbono e ações de reflorestamento.

A Panasonic já compensa 100% de toda a emissão de CO2 de suas atividades no Brasil e vem buscando novas alternativas de eficiência para economizar energia no processo produtivo.

(Por Letícia Fucuchima)