Ibovespa tem queda marginal antes de feriado à espera de dado de emprego dos EUA
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com recuo marginal nesta quinta-feira, tendo operado próximo da estabilidade em grande parte do pregão, com investidores evitando posições mais arriscadas na véspera de feriado de Sexta-Feira Santa e de divulgação de aguardados números de emprego dos Estados Unidos.
Localmente, investidores permaneceram na expectativa pelo início da tramitação da nova proposta de arcabouço fiscal no Congresso, assim como no aguardo de anúncios das medidas do Ministério da Fazenda para elevar a arrecadação.
Petrobras e Bradesco foram as principais pressões negativas, enquanto Prio ficou do lado oposto.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou com variação negativa de 0,15%, a 100.821,73 pontos, acumulando queda de 1,04% na semana. O volume financeiro somou 15,2 bilhões de reais, contra média diária neste ano --até 5 de abril-- de 16,8 bilhões de reais.
O índice teve um início de dia mais volátil, trocando de sinal por algumas vezes em meio ao impacto dos mercados externos e declarações de autoridades locais. No entanto, a parte da tarde foi mais morna, com o Ibovespa permanecendo entre leve queda e estabilidade.
"Amanhã tem "payroll", e é feriado, então o pessoal está um pouco cauteloso. E, localmente, da mesma forma, temos ao arcabouço para ser enviado ao Congresso semana que vem", disse Pedro Galdi, analista da Mirae Asset Corretora.
O número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada veio maior do que o mercado esperava, conforme divulgado nesta manhã, o que pesou em Wall Street na abertura, ainda que o dado da semana anterior tenha sido revisto em 48 mil pedidos para cima.
Os índices em Nova York melhoraram durante o dia, com investidores à espera da divulgação do dado de abertura de vagas de emprego fora do setor agrícola norte-americano, na sexta-feira, quando mercados em Wall Street também estarão fechados. O indicador pode modificar a perspectiva do mercado quanto à política monetária do Federal Reserve.
O S&P 500 fechou em alta de 0,36% e o Dow Jones ficou praticamente estável.
No Brasil, enquanto o mercado aguarda novidades sobre como o governo pretende elevar a arrecadação para sustentar sua proposta de arcabouço fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a queda da taxa de juros será consequência da nova regra anunciada na semana passada e da reforma tributária que o governo quer aprovar no Congresso.
"O principal foco do mercado (na cena local) agora é ver como é que o projeto vai caminhar no Senado e Câmara dos Deputados", disse Mário Mariante, analista-chefe da Planner Corretora. Ele disse não acreditar que as declarações de Haddad tenham feito preço na sessão.
Além disso, Lula disse nesta quinta-feira que se a atual meta de inflação está errada, ela deve ser alterada, e voltou a criticar o atual patamar da taxa de juros, que classificou de "incompreensível". As falas, no entanto, não geraram grandes movimentações no Ibovespa.
DESTAQUES
- 3R PETROLEUM ON aumentou 4,84%, a 29,02 reais. A petrolífera divulgou na noite da véspera que suas reservas provadas no final do ano passado eram de 367,2 milhões de barris equivalentes de petróleo, contra 376,6 milhões um ano antes. Analistas do BTG Pactual disseram que o relatório veio melhor do que o temido pelo mercado. Já a rival PRIO ON ganhou 4,06%, tendo de pano de fundo o início de operação de poço no Campo de Frade com produção acima da prevista.
- NATURA&CO caiu 5,49%, a 11,2 reais, tendo acumulado queda de 15,2% na semana, marcada pelo anúncio da venda da Aesop ao grupo francês L'Oréal. O negócio foi, inicialmente, bem recebido pelo mercado, mas analistas projetaram a Natura&Co com resultado mais pressionado no curto e médio prazos, uma vez que a operação da Aesop trazia uma contribuição positiva.
- AREZZO&CO subiu 4,71%, a 62,47 reais, enquanto LOJAS RENNER ON ganhou 4,94%, a 15,71 reais, em dia positivo para varejistas, tendo de pano de fundo expectativa por maior tributação pelo governo de alguns players internacionais do setor. Analistas do Itaú BBA disseram já acreditar, em relatório enviado a clientes na noite da véspera, que reguladores adotaram fiscalização tributária mais rígida na importação desses produtos.
- VALE ON fechou com leve recuo de 0,18%, a 76,75 reais, com a queda do minério de ferro na Ásia após dados de demanda por aço mais fracos do que o esperado. O contrato futuro da commodity para setembro em Dalian encerrou as negociações do dia com perda de 1%, em uma mínima de duas semanas de 793 iuanes (115,35 dólares) a tonelada.
- PETROBRAS PN caiu 1,44%, a 24 reais, enquanto o petróleo ficou próximo da estabilidade. Nesta quinta-feira, Lula disse que o governo fará mudanças na política de preço da Petrobras "com muito critério", mas que as discussões ainda não estão ocorrendo. A declaração veio após ruído entre a empresa e membro do governo mais cedo nesta semana sobre a mudança da política de preços da estatal.
- ITAÚ UNIBANCO PN teve variação negativa de 0,33%, a 24,41 reais, e BRADESCO PN perdeu 1,44%, a 13,03 reais.
(Por André Romani)
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