CVC elege Fabio Godinho como presidente e faz acordo com fundador para aporte de R$75 mi
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - A CVC Brasil definiu Fabio Godinho como seu novo presidente-executivo e anunciou um acordo com Guilherme Paulus, fundador da empresa, para um potencial aporte de 75 milhões de reais, informou o grupo de turismo nesta sexta-feira.
Godinho é fundador da MyDoor, companhia do setor imobiliário, passou pela Webjet e já trabalhou na CVC, ocupando os cargos de diretor de novos negócios e de marketing e produtos.
Ele foi eleito pelo Conselho de Administração da CVC e assumirá em 3 de junho, disse a companhia em fato relevante.
O novo presidente substituirá Leonel Andrade, que renunciou ao cargo no final de maio, após cerca de três anos na empresa. A CVC, que passa por um processo de reestruturação de dívidas, viu outros executivos deixarem a companhia, como o diretor financeiro Marcelo Kopel, em abril. Carlos Wollenwebe foi anunciado para a posição na semana passada.
A chegada do novo presidente foi anunciada junto com acordo para injeção de capital na companhia por Paulus. Os dois já trabalharam juntos anteriormente, com Godinho tendo liderado a Webjet -- vendida à Gol no início da década passada -- quando Paulus era o dono da companhia aérea, e trabalhado na CVC quando Paulus era o controlador.
O aporte de Paulus ocorreria no âmbito de potencial oferta primária de ações a ser realizada pela CVC.
Nos termos do acordo com Paulus, que foi feito por meio do fundo do fundador, ele comprará ações no follow-on somente por um valor máximo de 3 reais por papel. A ação da CVC fechou em 3,60 reais nesta sexta-feira, e o preço final do follow-on só será definido após consulta ao mercado pelos bancos coordenadores.
Além disso, a oferta de ações tem que movimentar, no mínimo, 200 milhões de reais, com adicional de pelo menos mais 100 milhões de reais devido à execução de bônus de subscrição que poderão ser ofertados.
Os termos do acordo também dizem que a oferta tem que ser realizada em até 60 dias.
Outro ponto é que fundos geridos pela Opportunity atualmente acionistas da CVC, e que também assinaram o acordo, devem fechar em conjunto com Paulus um acordo para regular temporariamente compromisso de voto para eleição de membros do Conselho e da diretoria. Não há intenção de formar bloco de controle, segundo o fato relevante.
A CVC vem tendo dificuldades financeiras, impactada pela pandemia de Covid-19, à medida que o setor de turismo foi um dos mais atingidos, tendo paralisado totalmente a operação em certos momentos.
A companhia vem buscando negociar sua dívida. O grupo acertou acordo neste ano para reestruturação de cerca de 900 milhões de reais, enquanto, em junho do ano passado, levantou aproximadamente 400 milhões de reais com uma oferta de ações.
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