Taxas dos contratos futuros longos caem na contramão do exterior
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos futuros de juros fecharam esta sexta-feira em baixa na ponta longa, na contramão do exterior, onde os rendimentos dos Treasuries subiam após a divulgação de novos dados de emprego nos EUA e a aprovação do acordo do teto da dívida norte-americana.
Na ponta curta, os juros futuros terminaram a sessão muito próximos da estabilidade.
Na noite de quinta-feira, o Senado dos EUA aprovou a legislação bipartidária defendida pelo presidente Joe Biden, que suspende o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do governo, evitando o que teria sido o primeiro calote da história do país.
O Senado votou por 63 a 36 para aprovar o projeto de lei que havia sido passado na quarta-feira pela Câmara dos Deputados. Agora, o texto segue para sanção de Biden.
Na manhã desta sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou dados mistos sobre o mercado de trabalho, que também teve impactos nas negociações globais. A criação de empregos superou as expectativas em maio, mas houve uma moderação nos salários.
No mercado norte-americano de títulos, os investidores se apegaram ao dado de criação de empregos, que levantaram expectativas de que o Federal Reserve poderia seguir com seus aumentos na taxa de juros. Assim, a curva de juros norte-americana abriu.
“Há até uma dificuldade grande de justificar este movimento de queda das taxas futuras no Brasil, que vem na contramão do movimento global. Os juros globais estão abrindo”, pontuou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.
Segundo ele, algumas das notícias domésticas mais recentes são consideradas positivas, como as ligadas à reforma tributária e ao novo arcabouço fiscal, o que favorece um viés negativo para as taxas de juros.
Ao mesmo tempo, o dólar emplacou nesta sexta-feira a segunda sessão consecutiva de queda firme ante o real, em um dia de busca por ativos de maior risco, como moedas de países emergentes e ações da bolsa de valores.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,205%, ante 13,195% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,47%, ante 11,455% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,8%, ante 10,836% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,77%, ante 10,874%.
Perto do fechamento, a curva a termo precificava 9% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de junho e 91% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.
No exterior, os rendimentos dos Treasuries seguiam em alta.
Às 16:35 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos --referência global para decisões de investimento-- subia 8,30 pontos-base, a 3,6907%.
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