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Representante da ONU, rainha da Holanda elogia Pix, mas alerta para endividamento no Brasil

05/06/2023 20h27

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil fez um enorme progresso em inclusão financeira nos últimos anos, com grande ajuda de ferramentas como o Pix, mas a forma como se deu o aumento da oferta de crédito está levando ao endividamento de muitas famílias no país, disse a assessora especial da Organização das Nações Unidas para inclusão financeira, nesta segunda-feira, em visita ao país.

A rainha Máxima da Holanda, que está em São Paulo e, mais tarde nesta semana, irá a Brasília, comparou a situação do país na questão da inclusão financeira hoje e no início do século. Ela citou dados do Banco Mundial que mostram que 84% dos adultos no Brasil tinham acesso a uma conta financeira formal, contra 70% em 2017 e 56% em 2011.

"A implementação de algo como o Pix ajuda tremendamente (para a inclusão financeira), esse open finance que está sendo implementado agora também vai ajudar bastante", disse ela a jornalistas, em visita ao Santander Brasil, em São Paulo. A rainha também passou pelas sedes de Itaú Unibanco e PicPay, assim como outras empresas de financiamento.

No entanto, ela também chamou atenção para o nível de endividamento do país.

"Quando temos muita oferta de crédito, você pode também ter o que chamamos de superendividamento. Então, infelizmente há no Brasil neste momento muita oferta de crédito, pela qual muitas famílias estão em dívida e não tendo saúde financeira."

Em abril, o país tinha cerca de 71,4 milhões de pessoas em situação de inadimplência, alta de 732 mil frente ao mês anterior, segundo o estudo Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas no Brasil, do Serasa. Os balanços financeiros dos bancos também mostraram nos últimos trimestres inadimplência em níveis mais altos, em especial diante do patamar dos juros no país. A Selic atualmente está em 13,75% ao ano.

"É muito importante no final do dia que a inclusão financeira faça a vida das pessoas melhor, não pior", disse Máxima.

Segundo ela, a ideia de conversar com bancos privados e, mais tarde nesta semana, com integrantes do governo, em Brasília, é promover uma colaboração para melhorar a saúde financeira dos brasileiros.

(Por Leonardo Benassatto; Texto de André Romani)