Estamos convencidos de que há espaço para rápida e vigorosa redução da Selic, diz Mello
Por Fernando Cardoso
(Reuters) - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse nesta sexta-feira que a equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está convencida de que há espaço para uma "rápida" e "vigorosa" redução da taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
"Já há consolidado por algum tempo espaço para a redução da taxa de juros... Isso diz respeito às variáveis macroeconômicas, é uma análise basicamente técnica, olhando tanto para o comportamento dos índices de inflação quanto para o mercado de trabalho", disse Mello em entrevista à GloboNews.
Mello ainda afirmou que acredita que a redução da taxa pode iniciar já na próxima reunião do Copom, em agosto, e que o processo de cortes fará com que agentes econômicos precifiquem um ciclo sustentável de queda dos juros e gerará a antecipação de investimentos no país.
"Nós acreditamos que esse processo pode se iniciar nessa reunião do Copom... Se iniciarmos hoje um processo de redução sustentável e crível da taxa de juros, os próprios agentes econômicos vão precificar essa queda e antecipar suas decisões de investimento", disse.
O secretário também previu que no primeiro trimestre do próximo ano os efeitos de um processo imediato de redução da taxa de juros poderão começar a ser vistos na economia brasileira, seja no consumo das famílias ou na retomada dos investimentos na indústria.
A Selic está atualmente em 13,75%, mas há ampla expectativa no mercado de que será reduzida na quarta-feira que vem, ao fim da reunião de dois dias do Copom. Probabilidades implícitas em contratos futuros de juros apontam 67% de chance de um corte de 0,50 ponto percentual, com 33% de chance de ajuste menos intenso, de 0,25 ponto.
Na ata de sua ultima reunião de política monetária, em junho, o BC disse que a maioria dos membros do Copom enxergavam a possibilidade de iniciar um afrouxamento monetário "parcimonioso" em seu próximo encontro, desde que um cenário de inflação mais benigno se consolidasse.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram neste mês que, em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,08% na comparação mensal, a primeira deflação em nove meses, e acumulou alta de 3,16% em 12 meses, a menor marca desde setembro de 2020 e abaixo do centro da meta do BC para este ano, que é de 3,25%.
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