BNP Paribas Brasil vê retomada do mercado de crédito em 2024 com mobilidade e energia em destaque

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O BNP Paribas Brasil enxerga uma retomada do mercado de crédito no próximo ano e vê o setor de infraestrutura como um dos principais temas, com destaque para os segmentos de mobilidade e energia, afirmou nesta terça-feira o CEO do banco, Ricardo Guimarães.

Há vários projetos de mobilidade no papel, com o banco envolvido em alguns deles, destacou Guimarães, enquanto no caso de energia ele destacou que o Brasil cada vez mais ocupa o papel de grande economia do mundo a ter uma fonte renovável, segura e acessível para toda a transformação do mercado energético.

"São dois pontos que a gente vai continuar focando para desenvolver o banco", disse o CEO em encontro com jornalistas na sede da instituição em São Paulo, com a presença de outros executivos do BNP no Brasil.

De acordo com Fábio Jacob, responsável no pela área de Global Credit Markets Brasil, o banco tem "um pipeline talvez mais robusto do que nunca" para 2024, com cinco mandatos em execução, três em fase de assinatura de contratos e um potencial acordo para sair até o final do ano.

"Nesses oito, nove mandatos, destaque fica para geração de (energia) renovável e mobilidade de maneira geral", acrescentou.

Ele também afirmou que, para 2024, o banco espera a retomada dos projetos de geração de energia renovável em moeda local, destacando que existe uma "oferta tremenda" de projetos prontos que ficou represada por causa do preço baixo da energia.

Jacob também chamou a atenção para o projeto de lei que cria as debêntures de infraestrutura, como um dos principais temas no radar.

Diferentemente das debêntures incentivadas, que beneficiam o comprador, com isenção de IR sobre os rendimentos para pessoas físicas e redução de alíquota de IR a pessoas jurídicas, as de infraestrutura beneficiam o emissor, com redução dos juros pagos aos detentores dos títulos da base de cálculo do IR e da CSLL.

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Na visão do executivo, esse novo modelo possibilita um crédito tributário maior para o emissor e deve assegurar um retorno (yield) maior para o papel, atraindo uma diversidade maior de investidores.

O CEO do BNP Paribas Asset Management Brasil e head para América Latina, Luiz Sorge, afirmou também nesta terça que aguarda uma nova onda de apetite de investidores globais pelo Brasil no próximo ano.

"Seja em termos absolutos... porque temos múltiplos atrativos hoje em equities, seja porque no jogo relativo entre Brasil e outros emergentes, e às vezes até alguns mercados desenvolvidos, nós também podemos trazer alguma atratividade comparativa."

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