Ibovespa fecha em alta com ajuda de bancos, mas cai na 1ª semana do ano

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta sexta-feira, com bancos entre os principais suportes, em sessão também marcada pela divulgação de dados melhores do que as expectativas sobre o mercado de trabalho norte-americano.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,61%, a 132.022,92 pontos., com a queda de Vale evitando um desempenho melhor. Na máxima do dia, chegou a 132.634,81 pontos. O volume financeiro somou 19,47 bilhões de reais.

Na primeira semana do ano, porém, o índice acumulou um declínio de 1,61%, refletindo principalmente ajustes nas apostas relacionadas ao começo do aguardado ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos.

O Ibovespa tocou a mínima da sessão, de 130.578,83 pontos, logo após o Departamento do Trabalho norte-americano reportar a criação de 216 mil vagas no mês passado, acima das previsões, enquanto a taxa de desemprego permaneceu em 3,7%.

Mas o sinal negativo não teve fôlego, principalmente após a abertura de Wall Street com variações modestas, mas sustentando um viés positivo, a despeito da alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com o do Treasury de 10 ano superando 4%.

Após os dados, com base nos contratos futuros atrelados à taxa básica do Fed, operadores passaram a enxergar chance de cerca de 50% de corte dos juros em março. Antes da divulgação, esse percentual era de quase 65%.

De acordo com o analista Luis Novaes, da Terra Investimentos, o mercado esteve significativamente cauteloso ao longo dessa semana, justamente em razão dos dados do mercado de trabalho a serem divulgados nos EUA.

Novaes afirmou que, de fato, o "payroll" ficou acima do esperado, mas a percepção é de que o mercado já havia concretizado o movimento de correção das expectativas, avaliando que os juros nos EUA podem seguir elevados por mais tempo. Para o analista, a queda do Ibovespa na semana reflete essa revisão de perspectivas dos juros como um todo.

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"Desde de novembro, o que tem impulsionado a bolsa é, sobretudo, a perspectiva de juros menores no exterior. Com essa mudança de visão, vemos com normalidade esse movimento corretivo também orientado pelo exterior", acrescentou.

No Brasil, a agenda do dia incluiu alta acima do esperado na produção industrial em novembro, bem como expansão do percentual da dívida pública bruta em relação ao PIB, com o setor público registrando déficit primário maior do que as previsões.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN subiu 2,34%, a 33,70 reais, enquanto BRADESCO PN valorizou-se 2,18%, a 16,88 reais, recuperando-se após um começo de ano mais negativo, com a perda desses papéis na semana até a véspera somando 3% e 3,2%, respectivamente.

- ALPARGATAS PN avançou 4,57%, a 9,38 reais, em sessão positiva para o setor de moda, com GRUPO SOMA ON encerrando em alta de 6,85% e AREZZO ON terminando com acréscimo de 3,27%.

- PETROBRAS PN fechou com variação positiva de 0,23%, a 38,72 reais, distante da máxima da sessão, quando foi negociada a 39,14 reais. A fraqueza ocorreu mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou cotado a 78,76 dólares (+1,51%).

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- HAPVIDA ON avançou 3,89%, a 4,27 reais, com o JPMorgan reiterando recomendação "overweight" para a ação e elevando o preço-alvo de 5,50 para 6,50 reais. REDE D'OR ON, que também teve o "overweight" mantido pelo JPMorgan, com o preço-alvo passando de 37 para 40 reais, subiu 2,79%, a 28 reais.

- VALE ON caiu 1,28%, a 74,65 reais, diante da queda dos futuros do minério de ferro no exterior, com o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange, da China, encerrando o dia em baixa de 1,38%.

- GPA ON recuou 7,87%, a 4,10 reais, após começar o ano com desempenho mais robusto. No radar, está assembleia geral extraordinária do varejista de alimentos no próximo dia 11 para decidir sobre aumento do limite de capital visando uma potencial oferta de ações, bem como mudança no conselho de administração.

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