Mester, do Fed, diz que março "provavelmente" será muito cedo para corte nos juros

(Reuters) - O caminho difícil da inflação de volta à meta de 2% do Federal Reserve, refletida nos últimos números do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), significa que provavelmente será muito cedo para o banco central dos Estados Unidos cortar sua taxa de juros em março, disse a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, nesta quinta-feira.

"Acho que março é provavelmente muito cedo, em minha estimativa, para uma redução dos juros, porque acho que precisamos ver mais algumas evidências", disse Mester em uma entrevista à Bloomberg TV. "Acho que o relatório do Índice de Preços ao Consumidor de dezembro apenas mostra que há mais trabalho a ser feito, e esse trabalho exigirá uma política monetária restritiva."

Em dezembro, o banco central norte-americano previu cortes em sua taxa de referência para empréstimos "overnight" este ano, mas o momento e o ritmo desses cortes permanecem em fluxo à medida que as autoridades analisam os dados econômicos.

Mester citou a necessidade de que as categorias de bens, habitação e moradia na medição da inflação "apresentem mais progresso", bem como de que os ganhos salariais diminuam.

Mais cedo nesta quinta-feira, a dificuldade em reduzir a inflação foi ressaltada por uma leitura mais forte do que o esperado sobre as pressões de preços, já que os norte-americanos pagaram mais por moradia e assistência médica.

O custo de moradia, que inclui aluguéis, estadias em hotéis, bem como alojamento escolar, foi responsável por mais de metade do aumento do índice de preços ao consumidor.

No entanto, os investidores ainda estão mantendo suas apostas de que o Fed começará a cortar sua taxa de juros na reunião de março, de acordo com uma análise dos contratos futuros de juros do Fed feita pelo grupo CME.

Mester acrescentou que os dados mais recentes do índice de preços ao consumidor não sugerem que o progresso na redução das pressões de preço esteja estagnado e enfatizou a necessidade de o Fed gerir com mais cuidado os riscos para ambos os lados do seu mandato de controle da inflação e emprego pleno nos próximos meses.

"Os riscos tornaram-se mais equilibrados... essa é a tarefa deste ano. É garantir que estamos calibrando a política monetária para manter mercados de trabalho saudáveis, mesmo enquanto continuamos o processo para fazer a inflação voltar a 2%."

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(Por Lindsay Dunsmuir)

((Tradução Redação Brasília)) REUTERS VB PF

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