Ibovespa avança com apoio de Petrobras e noticiário externo no radar

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quinta-feira, apoiado principalmente na Petrobras em meio à alta do petróleo no exterior, com agentes financeiros também monitorando a agenda externa marcada por decisão de juros na zona do euro e dados do PIB e do mercado de trabalho dos Estados Unidos.

Às 10:50, o Ibovespa subia 0,39%, a 128.317,39 pontos. O volume financeiro somava 1,8 bilhão de reais.

"Apesar de a B3 operar normalmente hoje, mesmo com o feriado municipal em São Paulo, é provável que o dia seja de liquidez mais restrita em nossos mercados", disse a Ágora Investimentos, acrescentando que, em função da agenda interna mais vazia, o pregão deve ser influenciado pela volatilidade externa.

No cenário internacional, o Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira a sua taxa básica de juros em um patamar recorde de 4% -- seu nível mais alto desde que o BCE foi criado -- e repetiu que permanecerá lá por algum tempo. Investidores monitoram as declarações da presidente do BCE.

Nos EUA, onde os dados econômicos têm sido amplamente monitorados para calibrar apostas em relação aos próximos passos do Federal Reserve, o PIB do quarto trimestre de 2023 cresceu a uma taxa anualizada de 3,3%, bem acima da expansão de 2% estimada por economistas em pesquisa da Reuters.

Dados norte-americanos de pedidos de auxílio-desemprego, porém, mostraram um resultado mais elevado do que as expectativas, com o número de solicitações somando 214 mil na semana passada, acima dos 189 mil da semana anterior e dos 200 mil estimados por economistas.

Em Nova York, os futuros acionários não mostravam uma tendência única antes da abertura das bolsas, com resultados corporativos também sob os holofotes, incluindo os números e previsões da Tesla, que pressionavam as ações da montadora de carros elétricos.

No mercado de dívida, os rendimentos do Treasury de 10 anos recuavam a 4,153%, de 4,178% na véspera.

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DESTAQUES

- PETROBRAS PN avançava 1,64%, a 38,50 reais, buscando suporte na alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent em alta de 1,29%, após queda na véspera.

- VALE ON caía 0,03%, a 69,88 reais, tendo com pano de fundo comportamento misto dos futuros do minério de ferro, ruídos envolvendo planos do governo de emplacar o ex-ministro Guido Mantega na mineradora permanecem no radar. No ano, papel subiu em apenas três pregões até a quarta-feira, com o declínio no mês somando quase 9,5%, ou cerca de 33 bilhões de reais em valor de mercado.

- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 0,62%, a 32,60 reais, endossando o sinal positivo do Ibovespa, enquanto BRADESCO PN subia 0,26%, a 15,36 reais.

- SLC AGRÍCOLA ON valorizava-se 2,82%, a 19,66 reais, tendo de pano de fundo relatório do Santander iniciando a cobertura dos papéis com recomendação "outperform" e preço-alvo de 23 reais.

- MRV&CO ON caía 2,24%, a 7,85 reais, após duas altas seguidas, tendo no radar relatório do Citi cortando a recomendação dos papéis para "neutra" e o preço-alvo de 11 para 9 reais. No mesmo relatório, com outros ajustes para papéis do setor, os analistas elevaram Tenda para "compra", bem como o preço-alvo de 12 para 14 reais. TENDA ON, que não está no Ibovespa, subia 5,57%, a 10,43 reais.

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(Edição de Patrícia Vilas Boas)

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