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Na África, Lula critica extrema direita e defende criação de Estado Palestino

17/02/2024 10h04

(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez neste sábado críticas à extrema direita global, voltou a defender a criação de um Estado Palestino no Oriente Médio e disse que o Brasil tem uma "dívida histórica" com a África.

Em discurso durante a abertura da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, Lula disse que o chamado Sul Global, que reúne países em desenvolvimento localizados majoritariamente no hemisfério sul, está se constituindo como parte da solução para as principais crises do planeta.

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"Crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas, e que atingem sobretudo os mais pobres -- e entre estes, os imigrantes", afirmou o presidente. "A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos."

Lula também voltou a aproveitar um evento internacional para criticar o conflito entre Hamas e Israel na Faixa de Gaza, que já deixou dezenas de milhares de mortos. Segundo ele, uma solução para a crise somente será duradoura se for criado um Estado Palestino, reconhecido como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU).

"De uma ONU fortalecida e que tenha um Conselho de Segurança mais representativo, sem países com poder de veto, e com membros permanentes da África e da América Latina", acrescentou.

Ao tratar dos laços entre Brasil e África, Lula citou a intenção de desenvolver projetos conjuntos em áreas como saúde, educação, agricultura e meio ambiente.

"Tudo, muito ou pouco, que o Brasil tem, eu quero compartilhar com os países africanos", afirmou Lula no encerramento de seu discurso, de forma improvisada. "Porque temos uma dívida histórica de 300 anos de escravidão, e a única forma de pagar é com solidariedade e com muito amor."

ENCONTRO BILATERAL

Antes de participar da cúpula, Lula esteve em reunião bilateral, em Adis Abeba, com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, conforme informações da Presidência da República.

No encontro, Lula condenou os ataques do Hamas contra civis israelenses e demonstrou concordância com um cessar-fogo entre Israel e o grupo que domina a Faixa de Gaza.

(Reportagem de Fabrício de Castro, de São Paulo)

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