Dólar tem leve alta em meio a decepção com China, expectativa por dados dos EUA e Powell

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha leve alta em relação ao real nos primeiros negócios desta terça-feira, em meio a clima de decepção nos mercados com a falta de estímulos da China, enquanto seguia a expectativa por dados norte-americanos e falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.

Às 10:00 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,09%, a 4,9533 reais na venda.

Na B3, às 10:00 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,09%, a 4,9635 reais.

Agentes financeiros notavam um desânimo nos mercados globais nesta terça-feira, depois que o início da sessão anual do Parlamento chinês não trouxe planos claros de estímulo, como era esperado por alguns investidores.

O governo chinês manteve a meta do ano passado de crescimento econômico "em torno de 5%" para 2024, e anunciou planos para um déficit orçamentário de 3% da produção econômica, contra 3,8% em 2023.

Recentemente, cresceram os temores sobre a saúde da segunda maior economia do mundo, que tem enfrentado uma recuperação irregular da pandemia de Covid-19.

"No contexto brasileiro, a cautela nos mercados internacionais influencia o ambiente local... os investidores tendem a manter uma postura mais reservada, aguardando definições mais claras no cenário externo", disseram economistas da Guide em relatório a clientes.

Enquanto isso, o chair do Fed, Jerome Powell, dará depoimento a parlamentares na quarta e na quinta-feira, fala que virá após moderação recente nas apostas de mercado sobre cortes de juros.

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"O discurso do Fed de amanhã tende a indicar se as apostas para o corte de juros americano se mantêm para o final do segundo trimestre ou se elas podem ser antecipadas", disse Matheus Massote, especialista de câmbio da One Investimentos.

"Além do discurso do Powell, nosso olhar se volta para os dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos que, se acima do esperado, invertem as apostas e alongam a expectativa do prazo para o corte de juros, até porque uma economia acelerada pode trazer mais inflação e o mandato do Fed atual é de a conter a todo custo."

A expectativa é de que o relatório de empregos do governo dos EUA, a ser publicado na sexta-feira, mostre abertura ainda sólida de 200 mil vagas de trabalho, contra 353 mil em janeiro.

Em segundo plano ficava a agenda das autoridades brasileiras nesta terça-feira. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para debater a agenda do governo no Congresso, e no fim do dia, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, dá palestra em evento em São Paulo.

Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,12%, a 4,9488 reais na venda.

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