Boeing limita produção do 737 e adia meta de fluxo de caixa

(Reuters) - A Boeing disse nesta quarta-feira que gastará mais dinheiro no primeiro trimestre do que o esperado anteriormente e adiou uma meta de fluxo de caixa ao restringir a produção do 737 para melhorar a qualidade em meio ao agravamento da crise de qualidade na fabricante de aviões.

O diretor financeiro, Brian West, disse que a Boeing produzirá menos de 38 aeronaves 737 por mês, que é o máximo que pode produzir de acordo com o limite imposto pela agência norte-americana de aviação, FAA.

As ações da empresa caíam 3% no pré-mercado.

A qualidade da fabricação, tanto da Boeing quanto da fornecedora Spirit AeroSystems, está sendo submetida a um exame minucioso cada vez maior após um incidente ocorrido em 5 de janeiro, no qual um pedaço da fuselagem se soltou em pleno voo deixando os passageiros de um 737 MAX 9 operado pela Alaska Airlines expostos ao ambiente externo.

"Estamos deliberadamente indo devagar para fazer isso direito", disse West em uma conferência do Bank of America. "Durante anos, priorizamos a movimentação do avião pela fábrica em detrimento do acerto, e isso precisa mudar."

O executivo acrescentou que a queima de caixa da Boeing no primeiro trimestre será algo entre 4 bilhões e 4,5 bilhões de dólares, "maior do que o planejado originalmente em janeiro".

A queima de caixa se deve a uma combinação de entregas menores, volumes de produção menores na divisão comercial, bem como alguma pressão sobre o capital de giro.

Também levará mais tempo para a Boeing atingir a meta delineada em 2022 de atingir um fluxo de caixa anual de cerca de 10 bilhões de dólares até 2025 ou 2026.

“Vai levar mais tempo para chegar lá do que planejamos”, disse West, sem dar mais detalhes. "Mas acreditamos que as ações que estamos tomando agora nos posicionam melhor no longo prazo."

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West acrescentou que a Boeing só aceitará entregas de fuselagens em total conformidade da Spirit.

Sobre uma possível compra da Spirit, West disse que a Boeing financiará qualquer negócio com uma combinação de dinheiro e dívidas, em vez de usar ações.

(Por Abhijith Ganaparavam em Bengaluru e Allison Lampert em Montreal)

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