Goolsbee adverte que Fed pode estar sendo excessivamente restritivo e minimiza temores de recessão

Por Lindsay Dunsmuir

(Reuters) -O presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, disse nesta segunda-feira que, embora os dados de emprego dos EUA na sexta-feira tenham sido mais fracos do que o esperado, não parece haver uma recessão, mas que as autoridades do Fed precisam estar cientes de mudanças no ambiente para evitar serem muito restritivas com as taxas de juros.

"Você só quer ser tão restritivo se achar que há temores de superaquecimento", disse Goolsbee em uma entrevista à CNBC. "Esses dados, para mim, não parecem indicar superaquecimento. Como os números de empregos estão mais fracos do que o esperado, mas ainda não parecem ser de recessão, acho que você deve ter uma visão de futuro sobre o rumo da economia para tomar decisões".

    Goolsbee também advertiu que não se deve deduzir muita coisa do movimento de vendas no mercado acionário global, que se acelerou nesta segunda-feira, em meio a temores de que o banco central dos EUA tenha esperado muito tempo para começar a cortar as taxas de juros.

    "A lei não diz nada sobre o mercado de ações, mas sim sobre o emprego e a estabilidade de preços", disse ele.

    No entanto, as autoridades precisam estar cientes da possibilidade de que o movimento dos mercados esteja sinalizando uma mudança de direção da economia.

    "Se os movimentos do mercado nos derem uma indicação de longo prazo de que estamos observando uma desaceleração do crescimento, então devemos reagir a isso."

    O Fed manteve sua taxa de juros básica inalterada na faixa atual de 5,25% a 5,50% na semana passada e sinalizou que está em vias de começar a cortar a taxa básica em setembro, mas essa decisão foi seguida por sinais preocupantes de que o mercado de trabalho já pode ter mudado.

    Questionado sobre a possibilidade de um corte nos custos de empréstimos entre as reuniões, Goolsbee disse que "tudo está sempre na mesa", desde aumentos de juros até cortes, conforme o Fed mantém seu foco no emprego, na inflação e na estabilidade financeira.

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    "Se as condições coletivas começarem a chegar à linha de frente e houver uma deterioração em qualquer uma dessas partes, nós a corrigiremos", disse Goolsbee.

    Investidores em contratos vinculados à taxa de juros do Fed estão agora precificando um corte entre reuniões antes da próxima reunião de 17 e 18 de setembro e mantinham as apostas de que a taxa de juros encerrará 2024 na faixa de 4,00% a 4,25%.

(Reportagem de Lindsay Dunsmuir e Dan Burns)

((Tradução Redação Brasília)) REUTERS VB IV

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