Departamento de Comércio dos EUA adia determinação final sobre tarifas contra China
Por David Lawder
WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos adiou novamente o anúncio determinações finais para aumentos acentuados das tarifas de importação de veículos elétricos, baterias, semicondutores e células solares fabricados na China.
O Departamento de Comércio do país (USTR, na sigla em inglês) disse que tornará a decisão pública nos próximos dias.
Um porta-voz do departamento disse que o órgão "continua a desenvolver a determinação final em relação às modificações propostas" para as tarifas sobre produtos chineses impostas pelo então presidente Donald Trump em 2018 e 2019.
A declaração foi feita logo depois que o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, retornou a Washington após vários dias de conversas com autoridades chinesas seniores em Pequim, incluindo uma reunião na quinta-feira com o presidente chinês, Xi Jinping, onde ambos os lados enfatizaram a necessidade de gerenciar o relacionamento EUA-China.
"O USTR continua a desenvolver a determinação final em relação às modificações propostas na investigação da Seção 301 dos Atos, Políticas e Práticas da República Popular da China relacionados à Transferência de Tecnologia, Propriedade Intelectual e Inovação", disse um porta-voz do departamento em comunicado.
"Como o USTR continua esse trabalho, esperamos tornar pública a determinação final nos próximos dias", disse o porta-voz.
Inicialmente, as tarifas mais altas de 100% sobre carros elétricos, 50% sobre chips e células solares e 25% sobre baterias de íon-lítio e minerais importantes, aço e alumínio, guindastes de navio para terra e seringas deveriam entrar em vigor em 1º de agosto.
Mas o departamento, em 30 de julho, adiou a implementação para setembro, dizendo que precisava de mais tempo para estudar mais de 1.100 comentários públicos do setor. O órgão estabeleceu um novo prazo até 31 de agosto, que foi adiado ainda mais pelo anúncio desta sexta-feira.
A redução ou não das tarifas é a primeira grande decisão comercial do governo dos EUA desde que a vice-presidente Kamala Harris surgiu como a candidata presidencial do Partido Democrata, depois que o presidente norte-americano, Joe Biden, se afastou da disputa pela reeleição no final de julho.
A redução das tarifas provavelmente atrairá críticas dos republicanos de que Harris está adotando uma postura mais branda em relação ao comércio com a China em uma campanha em que Trump prometeu atingir as importações chinesas com tarifas de até 60%. Mas muitos setores e alguns membros do Congresso levantaram preocupações sobre o impacto das sobretaxas sobre a inflação.
Os fabricantes de baterias para veículos elétricos, incluindo a Ford, solicitaram ao departamento que diminuísse a tarifa proposta de 25% sobre o grafite usado nos ânodos das baterias, pois atualmente ainda dependem demais dos suprimentos chineses. Os operadores portuários disseram que seus custos com guindastes chineses sob contrato aumentarão e não há fabricantes norte-americanos dos gigantescos guindastes portuários.
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