Ibovespa mostra fraqueza sem catalisadores; MRV&Co sobe após prévia operacional

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha uma sessão sem viés definido nesta terça-feira, com agentes financeiros ainda sofrendo para encontrar catalisadores benignos para as ações brasileiras, enquanto MRV&Co era destaque positivo após prévia operacional do último trimestre de 2024.

Às 11h09, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,22%, a 118.747,98 pontos, já tendo marcado 118.579,70 (-0,36%) na mínima e 119.439,14 na máxima (+0,36%) até o momento. O volume financeiro somava 2,7 bilhões e reais.

Estrategista do BTG Pactual afirmaram esperar que investidores aproveitem as valorizações para reduzir posição e que interações recentes com clientes não indicam pressa para buscar o "fundo do poço".

"Embora existam teses subvalorizadas no índice, persistem os temores de que estamos no pico de lucros e que as condições financeiras muito mais apertadas em 2025 impactarão materialmente os resultados futuros", escreveram em relatório enviado a clientes.

Os analistas também afirmaram estar posicionados para um mercado mais desafiador nos próximos meses, preferindo exposição ao dólar, baixa alavancagem, maior geração de fluxo de caixa e nomes de beta menores. Entre suas ações favoritas estão as de Suzano, WEG, Itaú Unibanco, Petrobras, JBS e TIM.

O Itaú BBA cortou nesta semana o preço-alvo do Ibovespa para 145.000 pontos ao fim de 2025, de 165.000 pontos antes, citando principalmente a premissa de custo de capital mais elevado para as empresas, em meio a um cenário macroeconômico desafiador que prevê juros altos, inflação crescente e câmbio elevado.

"O número também incorpora uma leve revisão negativa do lucro das companhias nesse contexto", afirmaram os estrategistas do banco em relatório a clientes.

DESTAQUES

Continua após a publicidade

- VALE ON avançava 0,5%, favorecida pelos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 2,22%, a 783 iuans (106,81 dólares) a tonelada, atingindo o patamar mais alto desde 3 de janeiro. O vencimento de referência do minério na Bolsa de Cingapura subia 0,31%.

- PETROBRAS PN recuava 0,54%, acompanhando o declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent cedia 0,49%. Analistas do Goldman Sachs estimam que a estatal brasileira esteja vendendo diesel e gasolina com preços 17% e 10%, respectivamente, abaixo da paridade internacional. Para a equipe do Santander, esses percentuais estão em 12% e 7%.

- MRV&CO ON valorizava-se 3,47%, após reportar vendas líquidas maiores no segmento de incorporação no quarto trimestre contra um ano antes, com geração de caixa ajustada de 266 milhões de reais. De acordo com prévia operacional da companhia divulgada na véspera, a MRV Incorporação, das marcas MRV e Sensia, somou 2,6 bilhões de reais em vendas líquidas no quarto trimestre, um crescimento de 19,2%.

- ASSAÍ ON cedia 3,08%, acompanhada por GPA ON, em baixa de 1,9%, e CARREFOUR BRASIL ON, que caía 2,29%. Analistas da XP esperam que o Assaí mostre resultado misto no quarto trimestre, com o crescimento da receita acelerando, mas em níveis moderados, apesar da crescente inflação alimentar, potencialmente refletindo um cenário competitivo mais difícil e a deterioração do poder de compra.

- RD SAÚDE ON perdia 2,53%, tendo no radar relatório de analistas do Citi no final da segunda-feira cortando o preço-alvo das ações da rede de varejo farmacêutico de 23 para 19 reais e reiterando a recomendação de venda para os papéis. A equipe do banco norte-americano também cortou a previsão para os lucros de 2025 e 2026 em 10% e 7%, respectivamente.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.