Ibovespa hesita em meio a dados de inflação e tarifas; Azzas 2154 é destaque negativo

Investidores também permanecem monitorando a nova política comercial dos EUA, com o aumento das tarifas sobre importações de aço e alumínio entrando em vigor nesta quarta-feira.

Às 12h15, o Ibovespa, referência no mercado acionário brasileiro, tinha variação negativa de 0,07%, a 123.123.416,3 pontos, em sessão com vencimento de opções sobre o índice. O volume financeiro somava R$5,05 bilhões.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) avançou 0,2% no mês passado, de 0,5% em janeiro, segundo o Departamento do Trabalho, enquanto expectativas no mercado apontavam alta de 0,3%. Em 12 meses, a taxa ficou em 2,8%, ante previsão de 2,9%.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o CPI subiu 0,2%, após acréscimo de 0,4% em janeiro.

"Os dados trazem algum alívio em relação à trajetória inflacionária", afirmou o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, em comentário por email.

"Apesar de o Fed deixar claro que não toma decisões com base em leituras individuais, o resultado de fevereiro favorece as possibilidades de um ciclo de afrouxamento maior do que o esperado até poucas semanas atrás", acrescentou.

O IPCA, por sua vez, subiu 1,31% em fevereiro, após avançar 0,16% em janeiro. Apesar de ficar em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters (+1,30%), foi a taxa mensal mais elevada desde março de 2022 (1,62%) e o resultado mais forte para um mês de fevereiro desde 2003 (1,57%).

Em 12 meses, o IPCA subiu 5,06%, de 4,56% no mês anterior e previsão de 5,05%. É a primeira vez que a taxa nessa medição fica acima de 5% desde setembro de 2023 (5,19%), indo mais além do teto da meta oficial -- 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

"O número, bastante dentro do esperado, guarda algumas informações mais positivas para a cenário da inflação. Alta dos bens industriais está um pouco mais modesta e há sinais iniciais mais favoráveis nos serviços", afirmaram economistas do Bradesco, que preveem alta de 5,6% para o IPCA de 2025.

DESTAQUES

- AZZAS 2154 ON caía 4,92% após o balanço do quarto trimestre mostrar lucro líquido recorrente de R$168,9 milhões, queda 35,8% ano a ano. De acordo com analistas do Safra, foi um trimestre negativo para a Azzas, com a lucratividade recorrente fortemente pressionada pelos esforços para normalizar os estoques, entre outros fatores.

- VALE ON cedia 2,13% acompanhando a fraqueza dos futuros do minério de ferro na China, onde contrato mais negociado em Dalian cedeu 0,32%%, com agentes também de olho na entrada em vigor de tarifas para aço pelos EUA. Analistas do UBS BB também cortaram o preço-alvo dos ADRs da mineradora para US$10,50 ante US$11,50 e reiteraram recomendação neutra.

- COGNA ON avançava 4,85% antes da divulgação do resultado do quarto trimestre após o fechamento do mercado brasileiro nesta quarta-feira. No setor, YDUQS ON subia 1,32%. O Morgan Stanley também elevou a recomendação das ações para "overweight", com preço-alvo de R$2, contra R$1,7 anteriormente, segundo relatório com data da véspera.

- PETROBRAS PN mostrava acréscimo de 0,15% em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent sendo negociado com elevação de 1,68%.

- ITAÚ UNIBANCO PN registrava variação negativa de 0,25%, em dia de variações modestas dos grandes bancos de varejo do Ibovespa, com BRADESCO subindo 0,09%, BANCO DO BRASIL ON cedendo 0,33% e SANTANDER BRASIL UNIT mostrando ganho de 0,04%. BTG PACTUAL UNIT valorizava-se 0,78%.

- CSN ON recuava 0,95% antes do balanço dos últimos três meses de 2024, que será conhecido após o fechamento do pregão, com agentes também analisando potenciais reflexos das tarifas dos EUA sobre aço importado que entraram em vigor nesta quarta-feira. O UBS BB também iniciou a cobertura das ações da companhia com recomendação de venda e preço-alvo de R$7,50.