Juros futuros caem pelo 3º dia na BM&F; ajuste fiscal sai hoje
SÃO PAULO - Na expectativa do anúncio do ajuste fiscal pelo governo, previsto para esta quarta-feira, o mercado de juros futuros segue devolvendo prêmios de risco na ponta mais longa da curva.
De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, há grandes chances de o corte no Orçamento da União 2011 ser divulgado ainda hoje. Ele disse que "talvez" o anúncio do contingenciamento seja antecipado e divulgado assim que a presidente Dilma Rousseff sancionar a lei aprovada pelo Congresso Nacional - o que fará hoje ainda.
Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), por volta de 12h45, o Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento na abertura de 2013 apresentava queda de 0,03 ponto percentual, a 12,65%, o de janeiro de 2014 recuava 0,04 ponto, a 12,63%, e o do início de 2015 cedia 0,02 ponto, a 12,64%. Além disso, os contratos de abertura de 2016 e 2017 caíam 0,02 ponto e 0,06 ponto, respectivamente a 12,57% e 12,52%.
Entre os DIs mais custos, com vencimento neste ano, o de março mantinha o patamar de 11,14%, o contrato com vencimento em abril avançava 0,01 ponto, a 11,42%, e o de julho também tinha aumento de 0,01 ponto, para 11,87%. Além disso, o DI do início de 2012 registrava acréscimo de 0,01 ponto, a 12,30%.
Leonardo Deeke Boguszewski, analista do Paraná Banco Asset Management, assinala que a curva de juros continua com um prêmio embutido muito elevado. Embora avalie que a volatilidade no mercado de juros futuros deve prevalecer nos próximos meses, diante do possível anúncio de novas medidas "macroprudencias" e da magnitude do aumento dos juros, o ajuste fiscal poderá acalmar os agentes no curto prazo.
"Os analistas estão ansiosos para ver o esforço do governo. Se os números corroborarem com as expectativas do mercado, os DIs mais longos devem seguir em queda, já que o governo passa a preparar o terreno para um cenário diferente mais à frente", pontua.
Ainda na agenda desta quarta-feira, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revelou que a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo atingiu 1,12% na primeira leitura de fevereiro, depois de uma alta de 1,15% no fim do mês passado.
Na gestão da dívida pública, o Tesouro realiza leilão tradicional de venda de Notas do Tesouro Nacional - série B (NTN-B).
(Beatriz Cutait | Valor)
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