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Parcela de famílias endividadas atinge 59,8% em agosto, diz CNC

28/08/2012 13h23

A parcela de famílias endividadas aumentou em agosto para o maior nível do ano, mas ainda está abaixo do apurado em agosto do ano passado. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional), divulgada nesta terça-feira (28) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a entidade, em um universo de 18 mil consumidores pesquisados, 59,8% admitiram dívidas em seu orçamento - maior percentual apurado pela pesquisa este ano -, contra 57,6% em julho, no mesmo tópico. Foi o terceiro aumento consecutivo do patamar de endividados no levantamento, de acordo com a entidade. Mas, o percentual de consumidores com débitos a pagar em agosto ainda é inferior ao apurado em igual mês do ano passado (62,5%).

A parcela de inadimplentes também subiu na passagem de julho para agosto. O percentual de consumidores que admitiram estar com dívidas ou contas em atraso subiu de 21% para 21,3% no período - mas também continua abaixo de agosto de 2011 (24,4%).

Porém, quando foram questionados se tinham condições de quitar seus débitos, 7,1% dos entrevistados informaram não ter condições de pagá-los, em agosto, contra 7,3% em julho deste ano. Mas, neste caso também, o percentual de inadimplentes sem condições de honrar suas dívidas em agosto deste ano ainda é inferior ao de agosto do ano passado (8,2%).

Tipos de dívida

O cartão de crédito continua a ser o principal tipo de débito entre as famílias endividadas, sendo lembrado por 73,2% dos entrevistados que se declararam com débitos, seguido por carnês (18,9% do total de endividados) e financiamento de carro (12,4%).

Para a CNC, as políticas de estímulos ao crédito e à aquisição de bens duráveis continuam exercendo impacto moderado sobre o número de famílias endividadas.

Outro ponto destacado pela entidade foi a quantidade de famílias que declararam ter contas ou dívidas em atraso, que aumentou ligeiramente em agosto. Para a CNC, após dois meses consecutivos de queda, o aumento de inadimplentes acompanhou o crescimento no número de endividados.

"No entanto, houve melhora na percepção em relação à capacidade de pagamento, com uma menor proporção de famílias relatando não ter condições de pagar suas contas em atraso", salientou a entidade, em seu comunicado.

"Apesar da alta do endividamento, a tendência de queda dos spreads bancários e o mercado de trabalho ainda aquecido proporcionaram indicadores de inadimplência ainda favoráveis", avaliou a CNC, em seu informe.

(Alessandra Saraiva | Valor)