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Funcionários da Cemig param hoje por reajuste salarial, diz sindicato

22/11/2012 15h05

O sindicato que reúne funcionários da Cemig, a empresa de energia elétrica de Minas Gerais, organiza uma paralisação nesta quinta-feira (22) por reajuste salarial e garantia de que não haverá cortes. O movimento tem como pano de fundo a discussão sobre a Medida Provisória 579, que prevê regras mais duras nos contratos de concessão do setor elétrico associadas à redução das tarifas pagas por famílias e empresas.

"A Cemig tem usado a MP para não dar reajuste. Está oferecendo 4,5%, o que fica abaixo da inflação acumulada de 5,9%", disse Jairo Nogueira, coordenador geral do Sindieletro, o sindicato dos trabalhadores do setor de energia elétrica em Minas Gerais. A maior parte da base é composta por trabalhadores da Cemig. O sindicato pede 6% de aumento mais a inflação. Por falta de entendimento, a discussão sobre acordo salarial está na Justiça.

O Sindieletro é associado à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a paralisação iniciada nesta quinta-feira está marcada para durar 24 horas. No fim da manhã, Nogueira disse que cerca de 70% dos funcionários haviam aderido ao ato. A Cemig, no entanto, falou em 10%. São 8.600 funcionários em todo o Estado.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa disse que, diante do cenário de redução de receita trazido pela MP, 4,5% é o reajuste que a Cemig tem condições de oferecer.

Outra queixa do sindicato é com o que entende ser sinalizações de demissões. Perguntado esta semana sobre quais efeitos práticos as novas regras poderão trazer à Cemig, o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, disse: "Teríamos de fazer redução bastante drástica nos custos operacionais." Ele afirmou que não se trataria de demissões em massa, mas mudanças nos processos.

A empresa, segundo ele, vem reduzindo seu quadro já há alguns anos. Eram 12 mil há cinco anos e hoje, pouco mais de 8 mil.

O sindicato entende que a empresa está considerando, sim, a possibilidade de demissões caso a MP seja sancionada da forma que está redigida e que isso começaria a afetar os serviços.

Nogueira, do Sinidieletro, lembra que a Cemig viu seu resultado aumentar 43% no terceiro trimestre e que o governo de Minas vai saldar uma dívida bilionária que tem com a empresa e que portanto, diz ele, a empresa teria caixa independentemente das novas regras do setor elétrico.

(Marcos de Moura e Souza | Valor)