Atividade da indústria paulista sobe 1,2% em maio, aponta Fiesp
A atividade da indústria paulista cresceu 1,2% em maio, na comparação com abril, feitos os ajustes sazonais, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 7,7%.
A Fiesp credita a alta mensal à baixa base de comparação, já que em abril houve queda de 3,3% ante março, e ao aumento de 2,5% na variável total de vendas reais.
Para o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp e do Ciesp, Paulo Francini, o resultado de maio não muda a perspectiva de baixo dinamismo da indústria neste ano. "Não podemos interpretar essa pequena alta como um processo inicial de recuperação, ou um indício de que o pior já passou. Nossa perspectiva para o ano mantém-se muito ruim, com o aprofundamento da crise no segundo semestre", afirmou, em nota.
São necessários ao menos três meses de resultados positivos para vislumbrar uma mudança de tendência, disse Francini. Mas não é o caso no momento. O Depecon projeta uma queda de ao menos 5% para a atividade industrial paulista em 2015. "A renda e o crédito têm caído. Portanto, o combustível maior para a atividade da indústria, que é a demanda, está em queda."
No acumulado de janeiro a maio, a indústria paulista tem queda de 3,6%, e no acumulado de 12 meses a perda chega a 4,8%.
A pesquisa da Fiesp também mostra que o setor esteve mais ocioso em maio. O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) caiu de 79,8% para 78,9% entre maio do ano passado e maio de 2015, na série com ajuste sazonal. Sem ajuste, o recuo foi de 80,6% para 79%.
Setores
O setor de produtos químicos se destacou na pesquisa, com ganho de 0,7% em maio ante abril, impulsionado por um aumento de 3,1% na variável total de vendas reais. As exportações do setor também corroboram o desempenho positivo do segmento, segundo a Fiesp. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), as vendas externas do setor registraram alta de 20,6% nos cinco primeiros meses do ano na comparação com igual período de 2014.
Já no campo das perdas, destaque para a indústria de minerais não metálicos, que registrou queda de 1,5% em maio com relação a abril. O saldo negativo de 1,9% da variável horas trabalhadas na produção foi uma das influências negativas ao desempenho do setor, que está fortemente ligado à indústria da construção civil.
Expectativas
A percepção do setor produtivo em relação ao mercado apresentou ligeira melhora em junho, de 44,3 pontos em maio para 46,7 pontos em junho, com ajuste, de acordo com a pesquisa Sensor, da Fiesp. A variável mercado também aumentou, para 47,2 pontos em junho, de 41,9 pontos em maio.
O item estoque chegou a 41,8 pontos no mês de junho, ante 45,5 pontos no mês anterior. E a percepção quanto ao emprego melhorou para 48 pontos, contra 43 pontos em maio.
De acordo com o levantamento, a variável investimento ficou estável em 47,3 pontos versus 46,4 pontos em maio.
Leituras em torno dos 50 pontos indicam percepção de estabilidade do cenário econômico. Abaixo dos 50, o Sensor sinaliza queda da atividade industrial para o mês; acima desse nível, expansão da atividade.
No caso da variável estoque, leituras superiores a 50 pontos indicam estoque abaixo do desejável, ao passo que inferiores indicam sobrestoque.
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