Bovespa segue recuperação de Wall Street e sobe 2%
A Bovespa acompanhou o sinal positivo das bolsas americanas nesta terça-feira e operou acima da linha dos 41 mil pontos por alguns momentos. A alta em Wall Street foi motivada por uma melhora da percepção dos investidores, que aproveitaram o retorno do feriado do Dia do Presidente para corrigir setores que estavam muito descontados, como o bancário. O setor sofreu pesadas perdas na semana passada em função das dúvidas sobre a saúde financeira das instituições na Europa. Por aqui, os bancos seguiram seus pares internacionais e as ações de siderúrgicas lideraram os ganhos.
"O mercado lá fora passou por um repique depois da forte realização dos últimos dias e aqui acompanhamos essa melhora", comentou o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer. Operadores acrescentaram que a alta da Bovespa também teve um "tempero" extra: a proximidade dos vencimentos de opções sobre Ibovespa e de índice futuro, nesta quarta-feira. "Os estrangeiros estão com uma posição comprada relevante no mercado futuro, de 150 mil contratos", lembrou uma fonte.
O Ibovespa fechou em alta de 2,13%, aos 40.947 pontos, com volume de R$ 5,243 bilhões. Entre as principais ações do índice, Vale PNA (6,03%), Bradesco PN (3,57%) e Itaú PN (2,42%) concentraram os ganhos.
Já Petrobras PN (-1,76%) acompanhou o comportamento volátil dos preços do petróleo ao longo do dia. O contrato do barril tipo WTI caiu 1,36%, para US$ 29,04. Investidores demonstraram certa decepção com os resultados da reunião entre alguns dos principais países produtores. Arábia Saudita, Rússia, Catar e Venezuela concordaram em manter a produção nos níveis de janeiro desde que outros grandes produtores - Irã e Iraque - também acompanhem a decisão. Mas a expectativa do mercado era de que fosse anunciado efetivamente um corte na produção. E o Irã já declarou que não abrirá mão de sua participação de mercado.
Além do cenário externo, os papéis da estatal foram influenciados pela discussão sobre a dispensa da obrigatoriedade da companhia de ser operadora do pré-sal. O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, considerou "inoportuna" a discussão, mas disse que está pronto para falar sobre o tema. Para ele, o preço atual do petróleo não deve atrair interessados para um eventual novo leilão de campos no pré-sal.
No topo do Ibovespa ficaram Gerdau PN (8,17%), CSN ON (8,04%), Smiles ON (7,96%) e Fibria ON (7,94%). As ações da Fibria e de outras exportadoras, como Suzano PNA (6,57%) e JBS ON (6,25%), pegaram carona no avanço do dólar, que hoje chegou à casa de R$ 4,06.
Usiminas PNA (4,44%) ficou no topo durante quase todo o pregão, mas perdeu força no fechamento. O papel refletiu informação do Valor, de que a siderúrgica necessita de uma injeção de capital da ordem de R$ 900 milhões para sobreviver este ano, enquanto negocia dívidas com bancos comerciais de R$ 4,3 bilhões que vencerão até 2018. A Nippon Steel, acionista da empresa desde os anos 60, estaria pronta para aprovar um reforço de capital para a Usiminas, para que possa atravessar essa fase difícil, enquanto se prepara um plano de médio prazo. Esse plano ainda está sendo alinhavado e as principais diretrizes estão em discussão e vão à análise dos acionistas controladores da companhias nas próximas semanas.
Entre as poucas baixas do dia terminaram Petrobras ON (-2,17%) e PN, Kroton ON (-0,93%) e Multiplan ON (-0,83%).
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