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Juros futuros fecham em queda com inflação e aversão a risco menores

21/06/2016 18h00

As taxas dos contratos futuros de juros recuaram nesta terça-feira na BM&F, refletindo a menor aversão a risco no exterior e à queda maior que esperada do IPCA-15 de junho, que reforçou a expectativa de corte da taxa Selic no segundo semestre. O DI para janeiro de 2017 caiu de 13,79% para 13,735% no encerramento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2021 recuou de 12,6% para 12,46%.

Investidores reagiram ao dado do IPCA-15 que apontou uma desaceleração da inflação, que subiu 0,40% em junho, ante alta de 0,86% em maio, segundo dados do IBGE. Para o economista da Kapitalo Investimentos, Alfredo Binnie, o dado pode ter um impacto nas expectativas de inflação para este ano, mas não deve ter efeito para as projeções para 2017, horizonte mirado pela política monetária do Banco Central.

A mediana das projeções para o IPCA na última Pesquisa Focus apontava para uma inflação em 7,25% em 2016 e em 5,50% em 2017, com essa última estável há seis semanas.

Para o economista do Barclays especialista em Brasil, Bruno Rovai, o dado mais fraco que o esperado do IPCA-15 de junho não deve ser suficiente para trazer um alívio nas expectativas de inflação para este ano e para 2017, refletindo um alívio temporário dos preços de alimentos. "Vai ter alguma redução, mas os dados do IGP mostram que ainda tem alguma pressão", diz, avaliando que isso não é suficiente para uma antecipação do corte da taxa básica de juros.

O banco prevê um IPCA a 7,2% em 2016 e em 6,3% no fim de 2017, esperando um câmbio a R$ 3,90 em 2016 e a R$ 4,25 em 2017. "Não acredito que as expectativas de inflação para 2017 caiam abaixo de 5,50%. Acho que o risco é até de subirem mais. Estamos prevendo um crescimento de 0,5% do PIB em 2017, o que significa que a demanda doméstica estará melhor e há muita incerteza no cenário global que poderia afetar o câmbio", diz.

Com isso, o Barclays prevê que o BC inicie o corte da taxa básica de juros em agosto, com a Selic encerrando o ano em 13% e recuando para 10,50% ao fim de 2017.

Já a queda das taxas de juros com vencimentos mais longos foi influenciada pela melhora da aversão a risco no exterior, com a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, reforçando a expectativa de uma alta mais gradual para a taxa básica de juros nos Estados Unidos. Investidores, contudo, mantêm a cautela aguardando o resultado do referendo que vai decidir sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.